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Mecânico pode ter sido executado por engano no Sabará

Investigações trabalham com hipótese de que Gilmar Grziebeluca foi assassinado no lugar do irmão – preso pela PM uma hora depois do crime

Gilmar Grziebeluca, de 37 anos, foi morto com cinco tiros. Foto: Arquivo Pessoal

Coincidências cruéis e familiares podem dar rumos à investigação da morte do mecânico Gilmar Grziebeluca, de 37 anos. O homem foi executado no final da tarde de quarta-feira (16) em um pátio de mecânicas que fica no Sabará, no bairro Chapada. Gilmar foi morto por dois homens que chegaram ao local em uma motocicleta vermelha, armados e foram diretamente até ele. Os criminosos atiraram pelo menos dez vezes com uma 9mm e fugiram. Testemunhas e conhecidos do mecânico acreditam que ele tenha morrido por engano no lugar do próprio irmão.

O primeiro indício é de que uma das testemunhas, que prefere não se identificar, teria ouvido Gilmar falar para os homens armados que ‘não era ele quem deveria morrer’. Mesmo assim, os disparos foram feitos e cinco atingiram o mecânico, que morreu na hora.

Outra coincidência do caso é que uma hora depois do crime o irmão de Gilmar foi preso pela Polícia Militar (PM) na Rua Bonsucesso, também no Chapada. A equipe da PM identificou que o homem de 35 anos tinha um mandado de prisão em aberto expedido por roubo agravado. Um caso de condenação transitada em julgado. O irmão foi conduzido à 13ª SDP.

O preso tem um nome bastante semelhante ao do irmão: Gilberto Grziebeluca. Assim como Gilmar, Gilberto também atuava como mecânico. De acordo com um conhecido da família, ambos tinham semelhanças físicas e trabalharam juntos na oficina. Era um negócio de família.

O mesmo conhecido – que também optou por não passar identificação – conta que conhecia Gilmar há pelo menos dez anos. “Ele era um trabalhador, nunca se envolveu em nada do tipo. Era casado, tinha um filho. As pessoas se assustaram com a morte dele”, afirma. A mesma pessoa diz que Gilberto – que foi preso – tinha má fama. “Não é flor que se cheire. Passou mais tempo preso do que em liberdade”, resume.

O que diz a Polícia?

O delegado do Setor de Homicídios, Fernando Jasinski, confirma a hipótese de engano na morte de Gilmar. “O irmão foi preso e existe a possibilidade de que o alvo do atentado fosse este irmão com mandado de prisão”, conta. Agora as investigações devem colher novas evidências do crime e também ouvir testemunhas e familiares para comprovação do que motivou a morte de Gilmar e se, de fato, ela ocorreu por engano.

Caso pode estar atrelado a outras mortes na cidade

O delegado Fernando Jasinski também relatou que a Polícia Civil vai apurar a ligação entre a execução de Gilmar e outros casos de homicídio ocorridos em Ponta Grossa. “Estamos apurando a situação que pode ter conexão com outro crime similar a este”, pontua.

O crime pode estar atrelado à execução que ocorreu em setembro do ano passado no bairro Santa Luzia. No dia 15 de setembro, um casal e o filho deles, de 6 anos, foram executados com mais de 50 tiros quando chegavam em casa. O menino Breno, a mãe Daniele, de 27 anos, e o pai Robson, de 31, morreram. Robson tinha passagens pela polícia.

Há grau de parentesco entre a família da ‘chacina do Santa Luzia’ e a família dos irmãos Gilmar e Gilberto.

Despedida

Gilmar Grziebeluca era natural de Ponta Grossa e morava na região do Bonsucesso. Ele foi velado no Centro Catequético São Pedro, no Sabará. O sepultamento ocorreu durante a tarde desta quinta (17) no Cemitério Parque Jardim Paraíso. O mecânico deixa esposa e o filho de 16 anos.

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