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Manifestantes concentram ações diante de quartéis

Protestos ocorrem de forma sistemática, buscando apoio declarado do Exército Brasileiro

Mobilização reuniu grande número de pessoas no último feriado / Foto: Reprodução / Facebook

O luto normalmente atrelado ao feriado de Dia de Finados deu lugar, na última quarta-feira (2), a diversas manifestações coloridas de verde e amarelo. Naquilo que vem sendo chamado como “terceiro turno das eleições”, o Brasil vem registrando a formação de grupos de eleitores de Jair Bolsonaro (PL) que, inconformados com a vitória do candidato Luiz Inácio Lula da Silva (Lula-PT) – nas urnas, se mobilizam para tornar clara sua insatisfação.

Manifestantes

Em Ponta Grossa, o volume de participantes se concentrou no Centro e no Bairro Uvaranas nesse dia 2. Ao longo do dia, o canto do Hino Nacional e a exibição da Bandeira Nacional foram vistos, de forma mais presente, na Praça Marechal Floriano Peixoto e na Rua General Calazans. Os manifestantes tomaram a praça diante do Quartel do Comando da 5ª Brigada da Cavalaria Blindada e do 13º Batalhão de Infantaria Blindada (13 BIB).

Desde a segunda-feira (1º), o chamado “Movimento Patriota” vem mudando a tônica de suas ações. Na tarde dessa quinta-feira (3), segundo informações da Polícia Rodoviária Estadual (PRE) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF), não havia bloqueios nas rodovias do Paraná. Nos dias anteriores, chegaram a ser contados mais de 40 bloqueios (entre totais e parciais) simultâneos em rodovias.

Com a concentração em praças e em vias principais, e especialmente diante de unidades do Exército, os manifestantes agora têm como objetivo obter apoio dos militares. Nas publicações em redes sociais, os perfis oficiais do Exército no Instagram e Facebook estão sendo marcados em fotos e vídeos do movimento. As postagens oficiais do Exército não demonstraram, até o momento, nenhuma resposta ou posicionamento oficial. A reportagem tentou contato com o comando regional, e também não obteve retorno sobre o assunto.

O que querem?

A reportagem do Diário dos Campos e portal DCmais buscou contato com representantes do “Movimento Patriota”. Mas, embora haja articuladores das campanhas, não há líderes nomeados. Isso faz com que o manifesto adquira contornos diferentes em cada grupo (O DCmais ainda aguarda retorno do movimento em PG para detalhar as pautas de forma mais clara). A falta de direcionamento também vem gerando memes na internet, compartilhados em tom de sátira pelos opositores das manifestações (que incluem petistas e bolsonaristas), mas que não retiram a seriedade das iniciativas que se multiplicaram no Brasil todo.

O que se percebe é que o movimento se mostrou a público e cresceu imediatamente após o resultado das eleições. Os bolsonaristas – embora agora prefiram não ser relacionados ao presidente, mas sim à forma de política praticada por ele – não aceitaram a vitória de Lula.

Um documento intitulado “Manifesto público brasileiro em defesa da justiça e da democracia”, que circula entre os participantes, lista supostas irregularidades nas eleições, “buscando por nova eleição com voto impresso auditável”.

Veja o que diz o texto que circula entre os manifestantes:

Motivações

Ex-presidiário: Um dos argumentos principais dos grupos é que o presidente eleito Lula esteve preso após desvios de recursos da Petrobras, e por isso não teria moral para assumir o posto de presidente.

Fraude: Também alegam fraude no processo eleitoral. Na última semana de campanha se falou em irregularidades nas inserções da propaganda em rádios do Nordeste. Até o momento, nada foi provado, mas o assunto ainda pauta os manifestos.

Percentual: Embora Lula tenha sido eleito por maioria da população, sua vitória foi por menos de 2% de diferença em relação a Bolsonaro. Isso evidenciou uma divisão política que já era mostrada pela maioria das pesquisas, mas que fortalece o “combate” ao candidato eleito.

Intervenção: O assunto mais controverso dos protestos é a “intervenção militar”. Em diversos momentos, o pedido de um “golpe de estado” (como no Golpe de 1964) surgiu em cartazes e manifestações públicas. Mais tarde, os próprios manifestantes substituíram o pedido por “intervenção federal”, cujo sentido é totalmente outro, mas adquire significação parecida ao ser reivindicada diante dos quartéis de Exército.

Outro lado

Vai passar: De outro lado, parte dos eleitores de Bolsonaro e aqueles que foram às urnas para votar em Lula, prefere se impor nas redes sociais. Em seus discursos, fica claro que acreditam que os protestos reúnem “maus perdedores”, eleitores que não aceitam a vitória do candidato e que decidiram atacar o processo eleitoral somente quando viram que Bolsonaro perdeu.

Instituições: TSE, Governo Federal, representantes políticos, OAB, Ministério Público entre outros órgãos reforçam a legitimidade das eleições, e lembram que acontecerá de novo em quatro anos.

Economia: Ao mesmo tempo que mostram sua insatisfação, os manifestantes também já provocaram princípio de escassez de combustível nos postos e prejuízo ao transporte de produtos. Até mesmo o presidente Jair Bolsonaro precisou fazer dois discursos pedindo o fim dos bloqueios em rodovias e ferrovias.

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