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Mais de 250 militares realizam treinamento de guerra em PG

Zona de reunião, Estudo do Terreno e Simulação de Ataque foram as principais atividades que integraram a Operação Forsul, realizada na última semana, com mais de 250 militares do Exército Brasileiro, em Ponta Grossa. Por vários dias, a operação contou com a presença de 12 organizações militares que estiveram reunidas no campo de instrução General Calazans.

O objetivo foi unir carros de combate e concentrar militares de todo o Paraná com artilharia, cavalaria, infantaria e comunicações para integrar uma força tática e realizar a simulação de uma preparação para a guerra. Toda a atividade foi acompanhada por profissionais da imprensa, incluindo o Jornal Diário dos Campos, à convite da 5ª Brigada de Cavalaria Blindada, responsável pela organização da operação.

Mais de 250 militares participaram da força-tarefa no campo de instruções General Calazans. (Foto: Fábio Matavelli)

 

De acordo com o general Márcio de Souza Nunes Ribeiro, comandante da 5ª Brigada de Cavalaria Blindada, diversos treinamentos progressivos são realizados ao longo do ano com programação didática e formação dos quadros de pessoal. Toda a preparação é voltada para que os militares estejam preparados para atuar em situações de conflito.

"Ao longo de todo o ano, fizemos diversas atividades militares no quartel, mas chega uma hora que precisamos fazer o coroamento de tudo com a implantação de diversos meios militares. Aqui temos toda uma simulação de um quadro tático como se fosse uma força inimiga, obviamente virtual, e aqui estamos nos preparando para a guerra, fazendo um ataque para expulsar o inimigo e garantindo a integridade da cidade de Ponta Grossa. E posso garantir que nós estaremos sempre preparados", disse Ribeiro.

Toda a força-tarefa foi dividida em etapas: Zona de Reunião, Estudo do Terreno e Simulação de Ataque. Todos eles fizeram parte da preparação real para um eventual conflito. Confira os detalhes cada um deles abaixo.

Zona de Reunião

Um dos pontos mais importantes da preparação do Exército para o ataque é a chamada Zona de Reunião que ficou, durante toda a última semana, localizada em uma área de mata fechada no campo de instrução e concentrou militares no planejamento de uma defesa externa, defensiva e ofensiva.

"A Zona de Reunião é uma área onde desenvolvemos atividades de logística e de preparação para futuras operações. Através de dados fictícios sobre um possível ataque, conseguimos planejar a nossa hipótese de emprego tático", explica o capitão Caio Pinheiro, comandante da Força-Tarefa da Subunidade Blindada.

Na mesma região de mata fechada, estavam concentrados os efetivos do grupo de combate com os carros blindados escondidos e camuflados no bosque. "Essa medida é necessária para que possamos realizar ensaios e planejamentos para futuras operações. Determinamos, ainda, como será realizada a manobra e esta localização também é muito importante devido a nossa maior vulnerabilidade, que seria um ataque aéreo, por exemplo", ressaltou o capitão.

Zona de Reunião desenvolve atividades de logística e de preparação para operações. (Foto: Fábio Matavelli)

 

Estudo do Terreno

Integrante da força-tarefa, o Estudo do Terreno foi realizado em uma parte alta do campo de instrução, onde foram levantadas, junto aos mais de 250 militares, diversas linhas de ações que poderiam ser tomadas na preparação para o ataque.

"Estas ações foram tomadas para se fazer face a uma outra linha de ação que o inimigo poderia desenvolver de forma que a nossa manobra fosse vencedora. Esse é o principal objetivo. Por isso, realizamos essa tática em um lugar alto onde se consegue ver boa parte do terreno. Aqui nós juntamos todo o pessoal que já estava participando do exercício com uma parte dos militares que exercem funções administrativas nos quartéis. É interessante para que eles vejam o que está sendo discutido aqui", apontou o coronel Cláudio Roberto, oficial de Comunicação Social da 5ª Brigada.

Diversos especialistas da área também exploraram temas de maneira combinada para este tipo de exercício. "Costumamos dizer que a infantaria e a cavalaria são instrumentos de manobra. E, ainda nós temos os apoios, a engenharia em uma manobra que facilita o nosso movimento e dificulta o inimigo. Contamos também com a logística, o apoio de fogo e a participação do setor de comunicações facilitando o nosso falar e isso tudo nos faz chegar até a vitória sobre o lado oposto", destacou o coronel.

Estudo do Terreno foi realizado em uma parte alta do campo para levantar diversas linhas de ações. (Foto: Fábio Matavelli)

 

Força Aérea

O Estudo do Terreno contou ainda com a participação da Força Aérea Brasileira (FAB), através do capitão André de Oliveira Carmo, do Esquadrão Centauro de Santa Maria (RS), para integrar forças junto ao Exército.

"O meu objetivo aqui foi integrar as forças, observar as capacidades e necessidades do Exército e colocar para eles um pouco do que nós podemos ajudá-los em caso de um conflito armado. A FAB ajuda na questão do apoio aéreo aproximado e acredito que em um cenário proposto para esse exercício esta seria a melhor opção para apoiá-los", destacou.

Simulação de Ataque

A força-tarefa encerrou com a chamada Simulação de Ataque com a participação de 13 blindados do Exército, entre nove carros de combate Leopard, projetado e produzido na Alemanha nos anos 80, e quatro viaturas de transporte de pessoal blindadas M-113.

"Os blindados vieram por caminhos por onde o inimigo não possui vistas e fogos sobre a nossa tropa blindada. Após percorrer estes caminhos, eles tomaram posição em uma elevação do terreno de forma a ficar em condições de rechaçar ou atacar pelo fogo o inimigo que está em uma outra elevação ao longo da estrada. Neste caso, em específico, empregamos forças-tarefas blindadas, tomando todos os cuidados com obstáculos no terreno", disse o coronel Cláudio.

De acordo com o oficial de Comunicação Social, todo o movimento, estudo e planejamentos realizados é para que  os oficiais, subtenentes, sargentos, cabos e soldados antigos saibam trabalhar com material tanto na parte prática quanto na parte técnica.

Simulação de Ataque teve a participação de 13 blindados do Exército. (Foto: Fábio Matavelli)

 

Destaques

O Brasil conta com cerca de 220 mil homens e mulheres trabalhando no Exército Brasileiro, dividido em várias organizações militares. "A Brigada de Ponta Grossa é a única de Cavalaria no Brasil. Aqui é uma região estratégica para todo o país e, geograficamente, Ponta Grossa proporciona uma articulação rápida para o sul, leste e oeste. Por isso, o Exército investiu muitos recursos aqui, com formações e carros blindados. Isso nos deixa muito orgulhosos", celebrou o general Márcio de Souza.

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