Após cair quase pela metade de março para abril, a produção industrial da região dos Campos Gerais cresceu 65% de maio para junho, de acordo com a arrecadação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), divulgada pela delegacia regional da Receita Federal. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) também relatam que o segmento recuperou 511 vagas de emprego desde abril em Ponta Grossa.
Para a diretora executiva da casa da Indústria de Ponta Grossa, Priscilla Garbelini Gravonki, os índices positivos que apontam a retomada do funcionamento e rendimento do setor se devem tanto ao acesso à medidas e linhas de crédito propostas pelo governo quanto pelo perfil de vendas das fábricas locais.
“As indústrias maiores fizeram um plano de contingenciamento. A indústria, dentro da perspectiva geral, foi o setor que mais teve acesso às linhas de fomento e benefícios que o governo apresentou. O que a gente vê que segurou muito a questão econômica na região também foram as indústrias que exportam, que estão mai confortáveis; aquelas voltadas ao mercado interno estão com um pouco mais de dificuldades para conter a crise”, avalia a gestora do órgão ligado à Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep).
Conforme publicado anteriormente pelo DC, Ponta Grossa fechou o semestre com o terceiro melhor desempenho na balança comercial entre as maiores exportadoras do Paraná, ocupando o posto de quinta cidade do estado que mais vende produtos para outros países. A diminuição das importações das exportações ultrapassou a cifra de US$ 262,35 milhões, alcançada através dos US$ 490,43 vendidos e US$ 228,08 milhões comprados. As informações são do banco de dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.
Expectativas
A expectativa da Casa da Indústria de Ponta Grossa é de que setembro seja o mês em que haja a maior recuperação. “Nós esperávamos que esse crescimento fosse mais rápido e estamos torcendo para que continue este movimento. Acredito que em setembro tenhamos um mês de recuperação, embora agosto seja um mês temeroso porque as primeiras reduções de jornada e suspensões de contrato, feitas lá em abril, vencem em agosto – o que pode gerar uma leva de demissões. Se isso for controlado, conseguimos passar melhor essa crise e em setembro a expectativa é que entrem mais pedidos e a economia consiga engrenar mais”, analisa Priscilla.
Índices
A arrecadação regional de IPI, imposto que incide sobre os produtos fabricados pela indústria, subiu de R$ 12,36 milhões em maio para R$ 20,44 milhões em junho – o equivalente a um crescimento de 65%. Comparando os meses aos mesmos períodos do ano passado, enquanto que em maio de 2020 a queda foi de 50,4% frente a maio de 2019, em junho de 2020 a diferença diminuiu para -24,6% em relação a junho de 2019.
No Caged de Ponta Grossa, que segundo a diretora da casa da Indústria “é a situação mais real que temos em termos de empregabilidade”, justamente por ser uma base de dados do Ministério da Economia que calcula o saldo proveniente de todas as contratações e demissões feitas com trabalhadores com carteira assinada, a evolução também é positiva.
Enquanto que em abril a indústria desligou 408 trabalhadores a mais do que admitiu – o que significa a extinção de postos de trabalhos – em maio esse saldo negativo diminuiu para -94 e em junho positivou somando 3 novos empregos. O resultado do semestre, porém, ainda demonstra desempenho negativo, com -188 vagas.
