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Índice de incêndios em veículos de PG é o maior entre as grandes cidades

Legenda (Sd Forte/2º GB): Bombeiros atenderam 83 incêndios em veículos, de janeiro a 24 de novembro deste ano, em Ponta Grossa.

Ponta Grossa é a cidade onde mais são registradas ocorrências de incêndios em veículos entre os cinco municípios mais populosos do Paraná. É isso que mostram os números de atendimentos a esse tipo de ocorrência realizados pelo Corpo de Bombeiros, de 1 de janeiro a 24 de novembro de 2021, quando cruzados com a quantidade de veículos das frotas de Curitiba, Londrina, Maringá, Ponta Grossa e Cascavel.

Ponta Grossa, segundo o Departamento de Trânsito do Paraná (Detran-PR), tem uma frota de 223.178 veículos. Este ano, os Bombeiros atenderam 83 incêndios em veículos. Ou seja, é como se a cada 2.688 veículos, um pegasse fogo. Já em Cascavel, dividindo a frota (250.839) pelas ocorrências (58), o resultado é de um incêndio a cada 4.324 veículos. Trocando em miúdos, quase a metade ante Ponta Grossa. Lá tem 27 mil veículos a mais e 25 ocorrências a menos.

No comparativo proporcional com Curitiba, Ponta Grossa tem quase três vezes mais ocorrências de incêndios em veículos. A quantidade de veículos que pegou fogo na cidade representa 0,0372% do total da frota, enquanto que Curitiba equivale a 0,0126%. A quantidade de veículos na capital soma 1.495.939. A superioridade dos índices percentuais e proporcionais se repete em relação a Londrina e Maringá, cidades com frotas bem superiores a de Ponta Grossa.

Razões

A tenente Ana Paula Bagge, da Comunicação Social do Corpo de Bombeiros, entende que não existe uma causa específica para justificar tamanha diferença nos índices de incêndios em veículos entre as cinco maiores cidades do Paraná, com supremacia e protagonismo ponta-grossenses, mas  indica algumas situações que podem provocar incêndios em veículos. 

“São vários os motivos que fazem um veículo pegar fogo. A falta de manutenção adequada pode gerar vários problemas, como curto circuito. Um acidente também pode causar incêndio, assim como a idade do veículo também pode gerar problemas.  Ou ainda equipamentos e peças que não estejam com a sua funcionalidade em dia. Além de alterações nas características originais do veículo, como a instalação de acessórios incompatíveis e a falta de conhecimento técnico de instaladores”, disse. 

O extintor de incêndio passou a ser equipamento facultativo em automóveis de passeio e utilitários, conforme estabelece a Resolução 556/2015 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), mas apesar da não obrigatoriedade, a tenente Ana Paula disse que o equipamento continua sendo o principal instrumento para combater princípios de incêndios. “Em caso de incêndio, o motorista deve parar o carro imediatamente, sair, ligar para o 193 e procurar um extintor próximo”, orientou.

Fatores

Além de acidentes e incêndios criminosos, outros fatores podem ser a causa raiz de muitas ocorrências de incêndios, como vazamento de combustíveis e o superaquecimento do carro. “Outros materiais como estofamentos e borrachas podem superaquecer e gerar combustão. Deixar o veículo muito tempo exposto ao sol, ainda mais com álcool em gel, também pode ser um agravante”, destacou o professor Max Mauro Dias Santos, do Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).

Sinais

O técnico em mecânica e proprietário de oficina em Ponta Grossa, Higor Maximiv, disse que é preciso estar atento aos sinais, como cheiro forte de combustível e indicativos no painel do veículo. “Existem alguns sinais mais óbvios que são o cheiro e o vazamento de combustível. Mas existem alguns indicadores de luzes no painel, como a injeção eletrônica, que pode representar falha no motor, por exemplo”, alertou.

O profissional acrescentou que alguns veículos com mais de 15 anos de uso também podem apresentar riscos de incêndios. “Toda a parte do chicote – fiação elétrica – em carros com esse tempo de uso pode gerar uma temperatura externa muito alta. Peças de plástico também podem superaquecer ao encostar no escapamento”. A orientação, segundo Higor, é providenciar manutenções periódicas nos veículos. a cada três meses.

Opinião do Repórter

Desde quando me mudei pra cá, na lida diária com ocorrências nas áreas policiais, vinha amadurecendo a sensação que por aqui a quantidade de incêndios em veículos era fora da curva. O levantamento junto ao Corpo de Bombeiros e ao Detran confirmou. Resta saber o motivo.

Sou leigo no tema, mas arrisco teses à respeito. Relaciono efeito e causa ao extraordinário e movimentado entroncamento rodoviário de Ponta Grossa, assim como à topografia urbana íngreme e uma grande quantidade de ruas sem pavimento.

O primeiro eleva o número de acidentes, que podem gerar incêndios, e o segundo ao desgaste mecânico mais severo dos veículos. Juntam-se às hipóteses citadas, a idade média da frota, a falta de manutenção adequada e outras variantes não apuradas. 

Walter Téle Menechino

Incêndios em meio de transporte*

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