A manhã de quinta-feira (28) foi bastante movimentada na região central de Ponta Grossa. Uma aglomeração de pessoas se formou ao redor de um colégio estadual, localizado próximo à praça Barão do Rio Branco, depois que um rapaz, de 22 anos, se pendurou em uma das janelas e ameaçou se jogar. A situação inusitada mobilizou equipes do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Guarda Municipal e jornalistas que acompanharam a situação.
De acordo com o capitão Bertolassi, do Corpo de Bombeiros, as equipes foram acionadas, pouco antes das 9 horas da manhã, após um chamado dos professores do colégio. "Os professores contaram que o rapaz é um aluno da instituição e disse, nesta manhã, que iria se matar e foi até a janela", relatou o bombeiro.
O capitão disse, ainda, que as equipes tentaram diversas negociações, mas que a desistência de pular surgiu após as equipes deixarem alguns profissionais da imprensa subirem até o andar em que a vítima estava.
A reportagem do Jornal Diário dos Campos acompanhou de perto a situação e foi chamada pelo Corpo de Bombeiros a subir ao prédio e conversar com o jovem. Após um tempo de negociação, o rapaz saiu da janela e falou com os repórteres. Confira o trecho da fala dele abaixo:
"Muitas pessoas estão morrendo com doenças no cérebro e sou uma delas. Estou sofrendo com dores na cabeça e vozes que eu fico ouvindo. Já pedi ajuda no Hospital Municipal Amadeu Puppi e nos Caps (Centros de Referência de Assistência Social) e, por diversas vezes, me deram remédios e injeções. Sempre fui perfeito e de uns anos pra cá comecei a piorar. Ninguém quer me ajudar e eu quero trabalhar como uma pessoa normal, só preciso de uma cirurgia na cabeça. Não aguento mais passar por isso", disse.
Imprensa
Após a entrevista, o rapaz foi acompanhado pelos bombeiros e policiais até a ambulância do Siate para avaliação e encaminhamento a uma casa hospitalar.
Ainda de acordo com o capitão Bortolassi, a imprensa teve um papel fundamental no processo de negociação com a vítima. "Conseguimos obter êxito graças ao apoio da imprensa que ficou anexa a uma sala para conversar com ele. Agora daremos o encaminhamento para um hospital de referência", destacou o bombeiro.
Fundação de Saúde
O DC também conversou com a Fundação Municipal de Saúde sobre os atendimentos prestados ao jovem nos Caps. "Ele é um paciente já conhecido e utiliza o serviço frequentemente. Vai ao Pronto Socorro e alega que tem um chip na cabeça e hoje estava em surto. Já temos uma equipe de saúde mental preparada esperando por ele e estão a postos para prestar todos os atendimentos necessários", informou a pasta.