Ponta Grossa integra os dois mil municípios que foram escolhidos para fazer parte da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS). Desde a última segunda-feira (26), cerca de 1.500 agentes de pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estão visitando domicílios de todo o país. A coleta irá até fevereiro de 2020 e os primeiros resultados estão previstos para serem divulgados em 2021.
Realizada em convênio com o Ministério da Saúde, em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a PNS investiga a prevalência de doenças crônicas não transmissíveis e quantifica a população com incapacidades físicas.
Outros indicadores importantes são relativos ao estilo de vida (sedentarismo, tabagismo, dieta, consumo de álcool) e à saúde bucal. A PNS também investiga se os moradores sofreram algum tipo de violência e monitora a realização de exames preventivos, além de avaliar a percepção da população sobre o SUS.
De acordo com Henry Mazer, chefe da agência do IBGE em Ponta Grossa, outros municípios do Paraná também farão parte da PNS. "Grandes cidades como Ponta Grossa, Londrina, Maringá e Foz do Iguaçu sempre compõem pesquisas amostrais que tenham um peso grande", explica.
Coleta
Em Ponta Grossa, os bairros escolhidos para a coleta dos dados foram apontados de forma aleatória. "Estimamos uma média de duas pesquisas por dia, pois trata-se de um questionário longo que aborda um conceito bem amplo relacionado à saúde. As perguntas estão relacionadas a doenças adquiridas, doenças sexualmente transmissíveis, utilização do sistema de saúde, violência de forma geral, problemas mentais, entre outros questionamentos", aponta Mazer.
Para o chefe do IBGE, além da importância relevante para o resultado nacional final, os dados obtidos em Ponta Grossa poderão contribuir para o desenvolvimento de ações locais. "É de fundamental relevância que a população converse com as equipes que estão nas ruas e se conscientize sobre a importância de uma coleta como esta para responder tudo com assertividade", comenta Henry.
Segunda edição
A PNS foi a campo pela primeira vez em 2013, mas dá continuidade a um ciclo de investigações realizadas pelo IBGE a cada cinco anos, desde 1998, com os suplementos de saúde da antiga Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD).
O IBGE fez quatro divulgações dos dados da Pesquisa Nacional de Saúde 2013, entre dezembro de 2014 e junho de 2016. A PNS 2013 mostrou, por exemplo, que entre a população com 18 anos ou mais de idade, 14,5% fumavam cigarro e 24,0% ingeriam bebida alcoólica pelos menos uma vez por semana. Entre as mulheres que tiveram filho no período de referência da pesquisa, 54,7% fizeram cesariana.
A obesidade acometia um em cada cinco adultos e esse percentual era mais alto entre as mulheres (24,4%) do que entre os homens (16,8%). A pesquisa também mostrou que 11,2 milhões de pessoas (ou 7,6% da população com 18 anos ou mais) foram diagnosticadas com depressão por um profissional de saúde mental.
Novos temas
A Pesquisa Nacional de Saúde 2019 adicionou temas novos aos que foram investigados na edição que foi a campo em 2013. Uma dessas inovações é o módulo de questões sobre paternidade e exames pré-natal, direcionado aos homens.
A PNS 2019 trará um módulo sobre atividade sexual, que será aplicado aos moradores maiores de 18 anos. Há perguntas sobre o uso de preservativos e a idade em que a pessoa teve sua primeira relação.
Outro módulo novo será o das Relações e Condições de Trabalho, que segue as recomendações da OIT, com perguntas para detectar condições insalubres no ambiente de trabalho, além de problemas de saúde relacionados.
A pesquisa continua a investigar se os moradores sofreram algum tipo de violência, em que local e quem era o agressor, mas a edição 2019 incluirá questões novas, para detalhar a natureza dessa violência (física, sexual ou psicológica).
Sigilo
É importante ressaltar que todas as informações coletadas pela PNS têm sua confidencialidade garantida pela lei do sigilo da informação estatística (Lei nº5534) e só podem ser utilizadas para fins estatísticos.
Os agentes de pesquisa do IBGE estarão identificados com o crachá e usarão equipamento eletrônico de coleta de dados (computador de mão). Os moradores poderão confirmar a identidade do entrevistador em ligação telefônica gratuita para 0800-721-8181.