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Homicídios já superam número de mortes por covid em PG

Foto: José Adinan_ DCMAIS

O número de homicídios registrados em Ponta Grossa em janeiro deste ano supera o de mortes por covid-19 no mesmo mês. Foram 12 assassinatos, sendo o último registrado no dia 26. Já os óbitos da pandemia somam oito casos, no máximo, de acordo com os últimos boletins divulgados pela prefeitura de Ponta Grossa. Usa-se a expressão ‘no máximo’ porque apenas às terças-feiras a Fundação Municipal de Saúde informa se os óbitos por covid divulgados ao longo da semana são, por ventura, retroativos.

Se comparado com o mesmo período do ano passado, a discrepância entre os números dos dois períodos chama a atenção. Em janeiro de 2021, foram cinco homicídios contra 104 mortes por covid-19, de acordo com a última atualização do sistema Covid Dashboard – Óbitos Confirmados, disponível no site da prefeitura.

Naquele período, Ponta Grossa estava começando a vacinar os grupos prioritários – profissionais de saúde, idosos em casas de longa permanência e cuidadores – com a primeira dose da Coronavac.

Um ano depois, os dados do Vacinômetro da prefeitura apontam que 86% da população já foram imunizadas com a primeira e segunda dose e 30,9% com a dose de reforço. O avanço da vacinação seria uma das principais justificativas para a redução do número de óbitos por covid neste ano em comparação a 2021.

Por outro lado, a disputa por território para a comercialização de drogas em Ponta Grossa passou a ser a motivação de 90% das execuções ocorridas a partir do segundo semestre de 2021. A afirmação é da Polícia Civil.

No ano passado, em entrevista ao Diário dos Campos, o delegado Nagib Nassif, chefe da 13ª Subdivisão Policial (SDP), disse que no primeiro semestre de 2021 a motivação dos homicídios era 50% ligada ao tráfico de drogas e os demais decorriam de brigas em festas, traição conjugal, entre outros fatores. A partir do segundo semestre, a motivação relativa ao tráfico de drogas passou de 50% para 90%.

Pandemia

As restrições sociais impostas em determinado período de 2021 em razão da pandemia estão entre as principais hipóteses da Polícia Civil para o aumento das execuções na cidade que se estenderam em 2022. Foi como se o isolamento social estancasse uma demanda de acerto de contas entre traficantes de duas facções.

“Estamos tendo reflexos previsíveis da pandemia em decorrência daquele recuo que tivemos lá atrás. Em paralelo, apreendemos muitas drogas e intensificamos o nosso trabalho. Esses fatores afetaram o ‘mercado das drogas’, digamos assim, e desencadearam essas disputas”, disse o delegado em outubro do ano passado.

Investigações

O delegado Maurício Souza da Luz, delegado adjunto e operacional da 13ª SDP, que está substituindo o delegado Nagib Nassif por algumas semanas, ontem acrescentou que forças de segurança do município estão empenhadas no esclarecimento dos recentes casos de homicídios registrados em Ponta Grossa. “Além do empenho usual, integrou-se uma Força Tarefa que já resultou na prisão de seis suspeitos de envolvimentos, quando foram apreendidas seis armas de fogo, possivelmente utilizadas em grande parte dos crimes”, apontou.

Maurício observou que a disputa entre as facções não está restrita a Ponta Grossa. “Certamente tivemos a influência de fatores externos, disputa entre grupos rivais, não restrita ao nosso município, que resultaram no aumento do número de casos de homicídios no período, sendo que a grande maioria de vítimas estava envolvida com a prática de diversos crimes. Os autores não ficarão impunes e vão responder por cada um dos delitos praticados”, afirmou.

O delegado também observou que houve una redução das mortes por covid-19. “A redução do número de óbitos demonstra uma constante evolução das políticas de saúde pública, reforçando a importância da vacinação e demais medidas de controle da pandemia”, finalizou.

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