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Hashtag ‘quinta-feira do retorno’ dá uma mão pra sair do isolamento

O #TBT tem se mostrado eficaz na hora de matar a saudade dos encontros com os amigos e das viagens. Por meio da hashtag Throwback Thurday, em português ‘quinta-feira do retorno’, pessoas postam fotos de momentos marcantes que agora não são possíveis devido à quarentena.

A quinta-feira que antecede o Dia dos Namorados, nesta sexta-feira (12), promete ser uma data com bastante uso da hashtag. Com a necessidade do isolamento social, uma forma de relembrar momentos com os seus parceiros é o #TBT.

Este é o caso de Emely Sloniak, estudante de Letras  na Universidade Estadual de Ponta Grossa, que já fazia uso da tag antes da pandemia, mas com a eclosão do vírus, a hashtag tomou conta do feed no Instagram: “No dia dos namorados, com certeza, vou usar o #TBT. É a melhor forma de reviver aquele dia antes da quarentena e demonstrar carinho pelo namorado mesmo de longe. No momento, as lembranças são o que nos restam.”

Isolada no Peru

A modelo e moradora de Arapoti, Maria Eduarda Hart, conta como utiliza o Instagram durante a pandemia: “Eu estou 100% conectada nas redes sociais, mas principalmente no Instagram, que é minha fonte de trabalho também. Eu trabalho como modelo e como miss, então eu divulgo todos os meus trabalhos nas minhas redes sociais”, afirma. 

Ela se considera uma pessoa ativa e aventureira, gosta de praticar esportes e costumava viajar uma vez por mês. Inclusive, Maria Eduarda estava fora do país quando os casos do novo coronavírus começaram a eclodir. A modelo chegou ao Peru no dia 10 de março, para representar o Brasil em um concurso de Miss.

A viagem de volta estava marcada para o dia 16. “No domingo à noite, no dia 15, eu já recebi um e-mail da agência de viagens informando que meu voo havia sido cancelado”, conta. 

A estadia de uma semana no país, acabou virando 22 dias. Ela teve que alugar uma casa, juntamente com mais três brasileiros, até que fosse possível retornar. No Peru, eles enfrentaram toque de recolher e apenas uma pessoa saía para ir ao mercado ou à farmácia. “Tomamos todo cuidado possível e graças a Deus conseguimos voltar em segurança”, diz. 

Agora, com as medidas de isolamento social, seu perfil é pura nostalgia. Ela posta fotos com os amigos e de viagens que realizou. Para Maria Eduarda a hashtag, muito além de relembrar os momentos, traz confiança que essa situação atípica vai passar.

“Eu acredito que postando o #TBT a gente traz lembranças boas. Revivendo aquilo dá uma sensação de paz, alívio e conforto durante esse isolamento. Pois é um modo da gente ter fé e esperanças que as coisas vão voltar ao normal”, explica.

Outro amante do #TBT, é o estudante de Jornalismo da Unisecal (PG), Willian Cleiton Koziel. Ele sempre gostou de mexer no celular, mas confessa que ficou mais dependente do aparelho com a pandemia.  “É uma forma para você não se sentir isolado”, esclarece. As postagens de Koziel são bem variadas, em suas redes sociais ele fala de política a reality shows. “É uma maneira de diversão e lazer, você conhece pessoas, se diverte, brinca, ri. Você manda foto, áudio e vídeo”, conta.

Da mesma forma que a modelo, o estudante também concorda que o #TBT ajuda em tempos de isolamento. “É uma maneira muito importante da gente não se sentir isolado e sozinho, porque eu posso ver minhas próprias fotos e das pessoas”, afirma.

Além de relembrar o momento vivido, as redes sociais se tornaram um refúgio de combate à depressão e à ansiedade em meio ao isolamento social provocado pela pandemia. Mesmo soando contraditório, as mídias digitais pessoais podem servir para se desconectar das notícias desastrosas deste período, indicam psicólogos.

Uso de aplicativos cresce 11% em abril

Comunicado divulgado pelo Facebook no final de abril, diz que cerca de 3 bilhões de pessoas utilizam pelo menos um dos aplicativos da rede (Facebook, Instagram, WhatsApp ou Messenger) ao mês. Esse número indica um aumento de 11% em relação ao mesmo período do ano anterior e representa o maior número de todos os tempos.

Recordar sim, viver no passado não

A neuropsicóloga Lílian Yara de Oliveira Gomes, que atua em Ponta Grossa, diz que recordar o passado pode ser bom. “Quando recordamos e vivenciamos momentos passados, acessamos nossa bagagem de experiências positivas, que darão significado à nossa existência no hoje e no agora”, diz.

Porém, ela avisa que é preciso ter cuidado. “Muitas vezes o apego ao passado é um comportamento de pessoas que vivem mais ancoradas no ontem do que no hoje e esvaziam o presente. Vão guardando lembranças de momentos vividos, e o pior é que muitos desses não são bons assim, bem pelo contrário, são ruins. Mas, de tanto pensar, falar, pouco a pouco, sem se dar conta as pessoas acabam presas às essas lembranças e não se permitem desfrutar do presente”, alerta.

Apesar disso, Lílian ressalta que recordar momentos felizes durante o isolamento social é importante, além disso, se você posta um #TBT com um amigo, isso pode fazer bem a pessoa. “Ser lembrada, sempre fará bem às pessoas. É uma demonstração de afeto, de perceber que se tem um lugar na vida do outro. Dá significado à existência humana”.

Para a neuropsicóloga postar uma foto com alguém é uma manifestação amorosa, que é possível, nas circunstâncias atuais. “Demonstrar amor é simples e descomplicado, é fazer que o outro sinta, pelas atitudes, pela presença, pelo afeto, independente de datas comemorativas. Na atual circunstância de pandemia e ausência física, é um ato de amor e de proteção”, enfatiza.

 

Este conteúdo foi produzido pelas estudantes de Jornalismo Bruna Kosmenko, do último ano da UEPG, e Naiâne Jagnow, do último ano da Unisecal, estagiárias regulamentadas do Diário dos Campos, sob a supervisão do editor-chefe Walter Téle Menechino.

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