Se alguém está tentando localizar Guilherme Viana Pereira, saiba que não será fácil. Aos 20 anos de idade, o rapaz decidiu viver um período sem endereço fixo e sem rumo. Ainda por cima, aboliu o uso de celular há cerca de um mês. Nesta sexta-feira (8), ele chegou a Ponta Grossa, mas não sabe até quando fica no município.
Sem rumo
Por ele passam pessoas preocupadas com o preço da gasolina e do gás, os impostos, os boletos. Guilherme apenas aperta as pálpebras para se concentrar, sob a luz do sol, diante de folhas de palmeira estendidas sobre o gramado da Praça Barão de Guaraúna, no Centro.
Determinado a se manter como artesão nas ruas, Guilherme nasceu no interior de São Paulo e viveu boa parte da infância em Sergipe – de onde pegou o sotaque. Agora, salta de um lugar para o outro, e vive do artesanato feito com as folhas de palmeira que encontra em quase todas as cidades. “Eu só vou andando. Não tenho rumo. Agora eu venho ‘descendo’ desde Florianópolis, e já passei por 42 praias”, diz.
As folhas verdes se transformam em flores, que ele estrategicamente oferece para casais. “Normalmente são eles que compram”, diz. Se aproxima já com a flor pronta, e surge com a frase “pode pagar no valor que toca o seu coração”.
Conforme o resultado das vendas, ele decide qual será o próximo destino. Dependendo do sucesso em Ponta Grossa, pretende seguir para Foz do Iguaçu… ou não.