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Funcionários de Ponta Grossa aderem à greve nacional dos Correios

Na manhã de terça (18), trabalhadores que cruzaram os braços estavam concentrados com cartazes em frente a agência no Centro.

Cerca de 50% dos 190 funcionários dos Correios de Ponta Grossa aderiram à greve nacional deflagrada na noite da última segunda-feira (17). A paralisação ocorre por tempo indeterminado, em protesto contra a retirada de direitos, a privatização da empresa e a ausência de medidas para proteger os empregados da pandemia do novo coronavírus, informou a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios e Similares (Fentect).

Em Ponta Grossa, desde a manhã de terça-feira (18), os trabalhadores que cruzaram os braços estavam concentrados com cartazes em frente a agência localizada na região central da cidade. “A nossa paralisação é por tempo indeterminado e sempre tivemos uma boa adesão com relação à greve nos últimos anos. Acreditamos que amanhã já teremos um número maior de trabalhadores que deverão aderir”, destacou José Fernando, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná (Sintcom-PR) – sede em Ponta Grossa.

Além da região central, Ponta Grossa conta com outras cinco unidades dos Correios, incluindo um Centro de Distribuição, que estão localizadas nos bairros Centro, Uvaranas e Oficinas. “Aderiram à paralisação funcionários dos atendimentos e os carteiros. Mas como não a greve ainda não teve 100% de adesão, alguns atendimentos continuam sendo realizados”, apontou Fernando.

Em algumas agências de municípios menores da região dos Campos Gerais, de acordo com o presidente do Sintcom, seguem fechadas. “São agências menores com apenas três funcionários e por isso estão fechadas”, disse.

Reivindicações

Em nota, a Fentect afirma ter sido surpreendida com a revogação, a partir de 1º de agosto, do atual acordo coletivo, cuja vigência vai até 2021. Segundo a entidade, 70 cláusulas com direitos foram retiradas, como 30% do adicional de risco, vale-alimentação, licença-maternidade de 180 dias, auxílio-creche, indenização por morte e auxílio para filhos com necessidades especiais, além de pagamentos como adicional noturno e horas extras.

Sobre as ações da empresa para enfrentamento da pandemia, a federação relata que teve de acionar a Justiça para garantir aos empregados equipamentos de proteção individual, álcool em gel, testagem e afastamento daqueles integrantes de grupos de risco e dos que coabitam com crianças em idade escolar. A entidade afirma que se trata de estratégia para precarizar e privatizar a empresa.

Atendimentos

Em nota, os Correios informaram que possuem um Plano de Continuidade de Negócios para seguir atendendo à população em qualquer situação adversa. “No momento em que pessoas e empresas mais contam com seus serviços, a estatal tem conseguido responder à demanda, conciliando a segurança dos seus empregados com a manutenção das suas atividades comerciais, movimentando a economia nacional”.

De acordo com a empresa, desde o início das negociações com as entidades sindicais, “os Correios tiveram um objetivo primordial: cuidar da sustentabilidade financeira da empresa, a fim de retomar seu poder de investimento e sua estabilidade, para se proteger da crise financeira ocasionada pela pandemia”.

A nota destacou ainda que a diminuição de despesas prevista com as medidas de contenção em pauta é da ordem de R$ 600 milhões anuais. “As reivindicações da Fentect, por sua vez, custariam aos cofres dos Correios quase R$ 1 bilhão no mesmo período – dez vezes o lucro obtido em 2019. Trata-se de uma proposta impossível de ser atendida”.

Custos

Os Correios informaram ainda que, respaldados por orientação da Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (SEST) e pelo Ministério da Economia, “se veem obrigados a zelar pelo reequilíbrio do caixa financeiro da empresa”.

Em parte, segundo a empresa, isso significa repensar a concessão de benefícios que extrapolem a prática de mercado e a legislação vigente. “Assim, a estatal persegue dois grandes objetivos: a sustentabilidade da empresa e a manutenção dos empregos de todos”.

Por fim, a empresa garantiu que não pretende suprimir direitos dos empregados. “A empresa propõe ajustes dos benefícios concedidos ao que está previsto na CLT e em outras legislações, resguardando os vencimentos dos empregados conforme contracheques em anexo que comprovam tais afirmações”, finalizou a nota.

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