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Frequência de alunos aumenta no fundamental, mas reduz no infantil

Foto: Fábio Matavelli

Desde que as atividades presenciais foram retomadas na rede municipal, há dois meses, a frequência de alunos que estão inseridos no formato híbrido – remoto e presencial – é de 78% na educação fundamental e de 30% na educação infantil. As escolas e Centros Municipais de Educação Infantil (Cmeis) retomaram as aulas presenciais em meados do mês de maio após mais de um ano de suspensão. De acordo com a Secretaria Municipal de Educação (SME), a frequência de alunos da educação infantil é muito menor do que era esperado pela pasta há dois meses.

Segundo a Educação, a intenção de frequência de alunos do fundamental era de 52,68% em 17 de maio, mas aumentou para 78,02% durante os dois meses de reabertura. Já na educação infantil, a intenção de frequência era de 54%. O número, no entanto, caiu para para 30% em junho e julho. A queda, de acordo com a pasta, justifica-se em parte pelo inverno e frio intenso, “além do fato de o atendimento ser a partir dos três anos”, justificou. Outro fator ligado à redução é de que nem todas as turmas do infantil estão frequentando as aulas no formato presencial.

A educação infantil tem 9.208 alunos matriculados a partir dos três anos. Destes, aproximadamente 2,7 mil estão frequentando as classes presenciais. No ensino fundamental, dos 21.286 alunos matriculados, 17.761 alunos estão realizando atividades presenciais.

“A SME priorizou o atendimento diário para todos os alunos que apresentaram impossibilidade ou dificuldade de acesso às mídias, incluindo a TV, ou ainda em situação de vulnerabilidade social e que apresentaram grande defasagem de aprendizado”, informou nota encaminhada pela pasta.

Aulas

Todas as escolas municipais estão com as aulas presenciais em andamento e apenas dois Cmeis seguem sem atividades nesta semana: Cmei Vovó Arinda, por afastamento de funcionários por motivos diversos e o Cmei Augusto Canto, em decorrência de obras. Já a Escola Municipal Frei Elias Zulian terá atividades suspensas até o dia 30 também por baixa de funcionários. O ano letivo vai encerrar no dia 23 de dezembro.

Educadores percebem dificuldades de alfabetização nos alunos

Os alunos da rede municipal de Ponta Grossa voltaram com as atividades presenciais há cerca de dois meses após um ano e meio com aulas remotas. Durante o período de retomada, os educadores perceberam inúmeras dificuldades no desenvolvimento das crianças, de 8 a 10 anos, no que se refere ao processo de alfabetização, produção textual e leitura.

“Durante a pandemia, o Programa Vem Aprender proporcionou diversas atividades de alfabetização dos alunos. Mas é na sala de aula, em contato com o professor, que a criança está ali interagindo ao lado do professor. Mas foi no decorrer desse processo, quando as crianças retomaram as atividades presenciais, que nós percebemos que os alunos acentuaram ainda mais as dificuldades que já tinham com a leitura. E um dos motivos é de que os pais não fazem as mesmas interações que o professor faz em sala de aula. Isso nos chamou muito a atenção”, disse a pedagoga Perla Cristiane Enviy.

Perla atua na Escola Municipal Prefeito José Bonifácio Guimarães Vilela juntamente com a pedagoga Rita Nerli Carvalho. Juntas, as profissionais relatam que realizam um trabalho intenso com as questões de alfabetização dos alunos após a retomada das aulas. “É um contato diário, inclusive com os alunos que estão no formato remoto, via Whatsapp, incentivando a leitura. Estamos solicitando aos pais para que façam esse acompanhamento e incentivando os filhos com a leitura”, destacou.

A escola José Bonifácio também foi além no incentivo e desenvolveu a gincana Fera na Leitura que vai premiar as crianças que apresentarem mais leituras durante o período de um mês. “Os pais estão sendo comunicados da gincana e as crianças não serão obrigadas a participar. Os interessados poderão preencher uma ficha de inscrição, pegar os livros na biblioteca da escola e, após a leitura, fazer um resumo do que leu. A intenção é iniciar na segunda semana de agosto até 18 de setembro. O leitor que tiver um maior número de livros será premiado”, explicou a professora Laureci Terezinha Przaskos de Souza, diretora da escola.

Segundo a coordenadora de Projetos de Leitura e Literatura de Ponta Grossa, Liz Angela Gonçalves, os projetos de leitura são promovidos como estratégias pedagógicas para aprimorar a fluência leitora.

“Para tornar os alunos bons leitores, é imprescindível a formação do gosto e do compromisso com a leitura, o que implica dizer que é muito mais do que desenvolver a capacidade de ler. A SME entende que o trabalho com a leitura precisa ser diário e há inúmeras possibilidades para isso. Assim, os projetos desenvolvidos contribuem com práticas de leitura, que potencializam a aprendizagem quando se trata de ensinar os alunos a ler e a compreender”, finalizou.

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