Representantes da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) apresentaram, nesta segunda-feira (2), para a imprensa e empresários, detalhes acerca de obras e investimentos previstos no Plano Estadual de Logística e Transporte no Paraná (Pelt 2035). O Plano, elaborado com a participação de mais de 500 pessoas de vários setores da socieades, reúne uma série de prioridades que devem trazer melhorias ao sistema de infraestrutura e transporte do Paraná, com indicação de obras a serem realizadas desde já até o ano 2035. A apresentação teve, como um dos objetivos, angariar apoiadores para viabilizar as obras com investimento público e privado.
Para a região de Ponta Grossa, o Pelt prevê obras nos modais rodoviário, ferroviário e aeroviário. De acordo com João Arthur Mohr, em todo o Paraná, cerca de R$ 14,6 bilhões devem ser investidos no Porto de Paranaguá e ferrovias do Estado nos próximos 20 anos. Nas rodovias, uma nova licitação deve ser elaborada a partir do ano que vem, após a realização de 40 audiências públicas, para uma nova forma de concessão de trechos rodoviários.
Como parte desse investimento vem da iniciativa privada, sempre na modalidade concessão, o Pelt vem sendo apresentado em diversas cidades estratégicas, entre as quais está incluída Ponta Grossa. No Porto de Paranaguá, por exemplo, o investimento previsto é de R$ 4,6 bilhões, dos quais R$ 3,6 bilhões seriam por iniciativas privadas, de empresas interessadas no uso do Porto, beneficiadas pelas obras e que entregariam melhorias para uso público, exemplificou.
No que se refere a Ponta Grossa, são dois os pontos principais que o Pelt prevê: a necessidade de ampliação do Aeroporto SantAna, preferencialmente alargando a pista. Hoje 8% dos voos comerciais operados no Aeroporto são alterados para Curitiba devido ao mau tempo. Isso ocorre porque a pista é muito estreita e não oferece segurança para manobras ao piloto em um dia de vento intenso, por exemplo, disse Mohr.
Aeroporto
A Prefeitura de Ponta Grossa já tem um projeto de ampliação que prevê o investimento de R$ 40 milhões, mas também visa aumentar a pista em comprimento, o que exigiria deslocar a ferrovia próxima à cabeceira da pista de pouso. Para a Fiep, aumentar o número de voos regulares para um mínimo de dois voos por dia é importante.
O empresário e diretor da Fiep, Darcy Miara Jr., explica que as tratativas para ajustes no projeto estão em andamento, sendo o objetivo máximo aumentar o número de voos regulares para, no mínimo, dois por dia. Estamos em contato com a Secretaria Municipal de Indústria e Comércio, para fecharmos um acordo no processo para ampliação do Aeroporto SantAna, disse.
Contorno Norte
No que se refere às rodovias, a instalação do Contorno Norte, que redirecionaria o tráfego que hoje passa pela Avenida Souza Naves, é apontado como essencial. O fluxo de veículos de grande porte que passa pelo trecho urbano da rodovia que corta a cidade registra acidentes diariamente, muitos com mortes. O Contorno teria 40 km de extensão e faria parte de um pacote de melhorias no Estado, que incluii a duplicação de algumas rodovias e instalação de terceira faixa a cada cinco quilômetros em pontos estratégicos das vias que cortam o Paraná. A realização de muitas dessas obras seria atrelada a um novo contrato de concessão de rodovias. O contrato atual dos pedágios se encerra em novembro de 2021.
50% – é o percentual a ser atingido no uso de ferrovias para transporte de produtos. Hoje as ferrovias levam apenas 20% do que é exportado.
2020 é o ano em que deve ser publicado o edital para novo contrato de concessão de rodovias. O atual se encerra em 2021.
