Consumidores de cerveja entraram em contato com a reportagem do Diário dos Campos com uma pergunta: por que está faltando Heineken nos supermercados e em outros pontos de venda de Ponta Grossa? A situação chama a atenção, pois a cidade é sede da fábrica.
Em contato com as principais redes de supermercado do município, o DC comprova que há falta pontual do produto nas gôndolas. A razão está na alta procura registrada nas últimas semanas.
Isso corrobora o posicionamento da Heineken Brasil. Via assessoria, a indústria informa que não há falha de distribuição ou qualquer contratempo do tipo. “O Grupo Heineken no Brasil informa que trabalha constantemente para atender à crescente demanda por cerveja Heineken em todo o Brasil”, diz a nota.
Na sequência, a empresa esclarece que a produção desta cerveja leva mais tempo do que o comum, o que pode causar faltas pontuais quando a procura cresce. “A marca possui um processo de produção diferenciado que leva cerca de 28 dias. O Brasil é o maior país consumidor de Heineken no mundo e, por isso, a Companhia segue investindo para aumentar a capacidade de produção da cerveja no país”.
A fábrica de Ponta Grossa deve elevar a produção em 75%, o que poderá atender a alta demanda de consumidores. O aporte de ampliação é de R$ 865 milhões. A expectativa de término é entre setembro e outubro do próximo ano. Essa é a segunda vez que a multinacional holandesa amplia investimentos no Paraná desde a sua instalação, em 1995. Entre 2015 e 2016 o aporte foi de R$ 450 milhões para elevar a capacidade de produção em 40% na planta de Ponta Grossa.
A partir dessa expansão, a cidade paranaense se tornará a terceira maior operação do grupo no país. No Brasil, além da Heineken, posicionada no segmento premium, e da Amstel, no segmento mainstream, a cervejaria holandesa tem rótulos econômicos como Glacial e Kaiser, também produzidas em Ponta Grossa.
Consumo na pandemia
Em julho, o DC mostrou que a pandemia fez o consumo de cerveja cair em Ponta Grossa. O fechamento de bares e restaurantes, além da proibição de aglomerações, causou o impacto. Na época, as microcervejarias relataram perda média de 70% nas vendas. As multinacionais também apontaram redução. A Heineken, por exemplo, informou que os bares representam 50% das vendas totais.
Porém, os últimos meses mostraram flexibilização das medidas de isolamento e, ao mesmo tempo, a temperatura subiu na região Sul. Os dois fatores combinados tornaram a procura pelas cervejas maior, recuperando parte do ‘terreno’ perdido nos meses anteriores.