Menu
em

Faixa dos 60 a 69 anos é a que mais acumula hospitalizados com suspeita de covid

Arte: dcmais

Em menos de quatro meses, Ponta Grossa vai igualar o número de hospitalizados por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) registrado em todo o ano passado. Dados obtidos pela reportagem com a Fundação Municipal de Saúde (FMS) mostram que 1.770 ponta-grossenses precisaram de internamento em 2020 por suspeita ou confirmação de covid-19. Enquanto isso, até o dia 15 de abril, foram 1.758 internados só em 2021.

Há duas razões primordiais para esses números. O agravamento da doença na faixa sexagenária e o crescimento de hospitalização entre pessoas mais jovens, aquelas que estavam fora do grupo de risco do coronavírus e agora são acometidas por sintomas mais agudos.

Sexagenários

A faixa etária que vai de 60 a 69 anos tem apresentado o maior sofrimento diante da doença em números absolutos. Nesta sexta-feira (16), os sexagenários passaram a liderar a quantidade de mortos por covid-19 em Ponta Grossa: são 208 óbitos dos 764 registrados na cidade. Anteriormente este triste posto era ocupado por aquelas pessoas entre 70 e 79, com 203 perdas.

Além disso, houve expressivo aumento das internações dos sexagenários. Em relação ao ano passado, essa estatística já cresceu 24,4%, pois, em 2020, 348 pessoas deste público precisaram de um hospital por apresentarem sintomas de SRAG; em 2021 já são 433.

Um dos fatores que explica a preocupação é que este grupo se encontra na faixa de risco da covid, muitos ainda atuam no mercado de trabalho por necessidade e a vacinação não atingiu toda a gama de sexagenários do município. Há uma semana, em ordem decrescente, Ponta Grossa vacinava idosos de 66 e 67 anos de idade com a primeira dose.

Mais jovens

De acordo com dados da plataforma de UTIs Brasileiras, da Associação de Medicina Intensivista (AMIB), as pessoas com menos de 40 anos representavam em março 52,2% dos internados em UTIs. Pela primeira vez desde o início da pandemia essa faixa representava a maioria dos hospitalizados por sintomas da covid.

Em Ponta Grossa é possível perceber tendência semelhante. Pegando a faixa de pessoas não idosas entre 30 e 59 anos, elas representam 43,9% das hospitalizações (leitos clínicos ou UTIS) de 2021. Ou seja, ainda não são maioria, mas os números sugerem esse caminho. Conforme mostra o gráfico, nas três faixas (30 a 39; 40 a 49; e 50 a 59) já há mais ponta-grossenses que precisaram de internamento neste ano do que em 2020.

As estatísticas comprovam que as variantes do vírus são mais agressivas no público de menos idade, o que já vinha sendo abordado por especialistas desde o final do ano passado. Elas também reforçam a necessidade de cuidados básicos para que se evite a contaminação.

Perspectiva positiva

Apesar das preocupações, os dados cedidos pela FMS também sugerem a ‘luz no fim do túnel’. Diferentemente das faixas entre 30 e 69 anos, que ultrapassaram a quantidade de internamentos do ano passado, há menos ponta-grossenses com 70 anos ou mais que precisaram da hospitalização na comparação com 2020.

Estes dois públicos foram os primeiros a receber aplicação da vacina contra covid. A campanha de imunização começou na segunda quinzena de janeiro. Nesta semana, ela alcançou a aplicação da 2ª dose em idosos com 75 anos ou mais.

Ao todo, 423 moradores de Ponta Grossa com mais de 70 anos precisaram ser internados com sintomas de SRAG em 2021. Eles representam 24,06% de todas as hospitalizações. No ano passado, eles foram 29,2% dos hospitalizados.

Participe do grupo e receba as principais notícias da sua região na palma da sua mão.

Entre no grupo Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.
Sair da versão mobile