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Exposição “Àṣẹ ou Bênçãos dos Deuses que Dançam” é realizada no Cine Ópera

Foto: divulgação.

Teve início nesta semana a exposição “Bênçãos dos Deuses que Dançam…”, na Galeria de Artes do Hall do Cine-Teatro Ópera. A mostra é uma homenagem de cunho artístico-cultural à ancestralidade e a religiosidade dos povos escravizados que contribuíram para que a região se tornasse uma cidade, muito antes dos 200 anos de sua emancipação.

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Ela fica disponível para visitação até o final do calendário de 2023, em horários de funcionamento do Ópera (manhã, tarde e noite, inclusive sábados, domingos e feriados). Uma segunda versão da mesma exposição, itinerante e de caráter educativo, circulará pelas escolas e espaços disponíveis a recebê-la, bem como as obras serão disponibilizadas de forma online na Galeria Virtual do portal da Secretaria Municipal de Cultura e também no perfil do instagram @Artes.pg.

A exposição coloca em foco as festas da Religião Afro-Brasileira Candomblé, que tem suas raízes nas tradições religiosas Iorubá, Fon e Bantu da África Ocidental, dando evidência à importância desse culto na construção da identidade local.

Os Orixás do Candomblé são divindades que representam as forças da natureza e estão associados a elementos específicos como rios, florestas, vento, fogo, entre outros aspectos da condição humana, e é através das danças, dos cânticos, das oferendas e dos rituais, que os praticantes da religião buscam harmonia com essas forças espirituais e procuram orientação, proteção e bênçãos para suas vidas cotidianas.

“Uma vez que a história local  insiste em silenciar a memória do povo negro, reconhecendo em suas ruas e avenidas apenas a história da branquitude colonizadora europeia pós processo de abolição de 1888, a exposição evidencia a necessidade de mostrar que Ponta Grossa não tem somente a religiosidade de origem branca em seus descendentes, e que, nestes 200 anos, quando se cultuam em feriados locais – Nossa Senhora de Sant’Ana, e nacionais – Nossa Senhora Aparecida, apagam e sobrepõem as crenças ocultas nas periferias da cidade, a religiosidade afro-brasileira”, afirma a produtora, Sirlene Paz.

Ela acrescenta que existem quilombos na região, tais como a Colônia Sutil e Santa Cruz, certificadas como remanescentes de quilombo pela Fundação Cultural Palmares, a exposição foi propositalmente pensada para ser lançada em novembro, com o intuito de valorização e representatividade do dia Nacional da Consciência Negra (20 de novembro, instituída pela Lei nº 12.519, de 10 de novembro de 2011), buscando retratar o culto aos orixás como premissa essencial para o reconhecimento de que rizomas negros correm no sangue dos ponta-grossenses.

Dentro da estética da fotografia, a exposição possibilita a fruição do espectador no universo das manifestações – objetos, cores, adereços, contas, comidas, músicas, indumentária e dança do Candomblé. As “Bênçãos dos Deuses que Dançam…”, tem o intuito de cobrir de Àṣẹ o espectador, aproximando e dando visibilidade à sociedade ponta-grossense do rico universo da cultura que permeia às religiões africanas, desvinculando-as do chamado sincretismo religioso e reivindicando sua significativa importância na construção da história local.A mostra é composta por 22 fotografias em alta resolução 20x30cm, impressas em papel fotográfico fosco, emolduradas em caixas brancas com vidro medindo 30x40x4cm. As fotografias retratam o Olùgbàj – Banquete do Rei da Terra, que é umas das festividades sagradas dentro do Candomblé, dedicada ao grande Rei balúwáiyé e Omolú, e toda a família Kerejebi: Nanã,  Ossain , Iroko, Osumare,  Yewa. A festa retratada aconteceu na casa Ilé Ásé Alakétu Òsún Iponda, do Bàbálórìsà Paulo D’Ósún, em 17 de setembro de 2023.

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