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Execuções e incêndios marcam ano atípico na segurança de PG

O município de PG teve um ano atípico quando o assunto é segurança pública. Desde o final de 2020, o município convive com onda de homicídios. Mas os crimes, em sua maioria com características de execução, foram intensificados ainda mais a partir do segundo semestre de 2021. O grande pano de fundo é a guerra instaurada entre duas facções criminosas da cidade.

O município também registrou grande índice de incêndios em meios de transporte e imóveis. Se comparada a outras cidades do Paraná, de mesmo porte, Ponta Grossa lidera o ranking de ocorrências registradas ao longo deste ano. Também houve aumento significativo nos furtos e roubos de veículos em comparação ao ano de 2020.

Por outro lado, a cidade registrou redução nas apreensões de drogas nos primeiros nove meses deste ano, no comparativo com o mesmo período no ano passado, conforme apontou o Relatório Estatístico Criminal, divulgado pela Secretaria de Estado de Segurança Públicas (SESP-PR) no começo de dezembro.

De janeiro a dezembro foram registrados 67 homicídios. (Foto: Arquivo DC)

Ano termina com 67 homicídios em PG

PG encerra 2021 com um total de 67 crimes contra a vida, registrados de 1º de janeiro a 23 de dezembro, de acordo com dados da Polícia Civil. Os crimes só apresentaram leve queda entre a metade de novembro e começo de dezembro após avanço das investigações.

No entanto, novas mortes ocorridas no começo deste mês levantaram novamente o sinal de alerta após o assassinato de duas mulheres e três homens. Mas o que mais chamou a atenção para este ano foi o modus operandi como eles aconteceram.

As vítimas, em sua maioria, eram pessoas do sexo masculino, com idades entre 16 a 55 anos, e foram mortas com tiros à queima roupa. Esse tipo de crime se tornou cada vez mais comum na cidade nos últimos meses a partir do segundo semestre. De acordo com a Polícia Civil, 80% das vítimas eram pessoas que já tinham antecedentes criminais. Algumas usavam, inclusive, tornozeleira eletrônica e haviam acabado de sair da prisão.

“O número de homicídios de 2021 já excede o número de homicídios registrados em 2020. Os números ainda estão sendo contabilizados, mas a diferença principal se deve ao primeiro semestre. Em 2020 ocorreram 22 homicídios no primeiro semestre de 2020 contra 37 no mesmo período. Grande parte do aumento observado em 2021 se deve, principalmente, ao isolamento social que impactou, inclusive, no número de homicídios com a consequente redução dos números”, lembrou o delegado Fernando Jasinski, responsável pelo Setor de Homicídios da 13ª Subdivisão Policial (SDP).

Guerra entre facções criminosas

A Polícia Civil elucidou que quase 90% dos assassinatos de 2021 foram causados pela disputa por territórios para a comercialização de drogas entre duas facções criminosas de Ponta Grossa. Investigações apontaram que a principal motivação, que em 50% dos casos eram ligadas ao tráfico, passou a 90% no segundo segundo semestre. Os outros 50% dos casos foram em decorrência de brigas em festas, traição e outros fatores.

“As principais causas continuam sendo uma disputa por ponto de tráfico de drogas, seja a vítima usuária em decorrência de dívida -, outrossim, observou-se, também, uma série de homicídios em decorrência de que vítimas pertenceriam a organização criminosa rival”, lembrou o delegado Fernando Jasinski.

A partir das investigações, a Polícia Civil identificou que três homens são os principais suspeitos de 24 homicídios em Ponta Grossa, sendo que 21 deles foram cometidos neste ano. Desde então o trio estava foragido. No entanto, um trabalho conjunto entre as forças de segurança prendeu José Raylan de Lima, um dos integrantes desse trio, na última segunda-feira (27), na BR-376, em Ponta Grossa.

Os outros dois procurados são Erick Henrique da Silva Rocha (‘Menor’) e Eduardo Ferreira (‘Indinho’) que continuam foragidos. “As investigações estão avançando, várias sendo concluídas e a PCPR não para”, destacou o delegado.

Bombeiros atenderam 742 incêndios em imóveis, de janeiro a 8 de dezembro deste ano, em PG. (Sd Forte/2º GB)

PG é a campeã em incêndios

Ponta Grossa é a cidade onde mais foram registradas ocorrências de incêndios neste ano em imóveis entre os quatro maiores municípios do interior do Paraná. É o que mostram os números de atendimentos realizados pelo Corpo de Bombeiros, de 1 de janeiro a 8 de dezembro de 2021, quando cruzados com a quantidade de imóveis de Londrina, Maringá, Cascavel e Ponta Grossa.

A principal justificativa são as residências muito antigas e não suportam as cargas de hoje. Ponta Grossa tem cerca de 163 mil imóveis. Somente neste ano, os Bombeiros atenderam 742 incêndios em imóveis contra 709 no ano passado.

É como se a cada 219 imóveis, um pegasse fogo. Já em Londrina, dividindo o número de imóveis (260.000) pelas ocorrências (765), o resultado é um incêndio a cada 339 imóveis. Lá tem 97.000 a mais e 23 ocorrências a menos.

Em Cascavel e Maringá, a quantidade de imóveis que pegou fogo nas duas cidades representa 0,38% do total de imóveis em cada uma delas. Cascavel tem 160.000 imóveis, número próximo ao de Ponta Grossa, e registrou 616 incêndios neste ano. Maringá tem 174.000 imóveis, bastante superior a Ponta Grossa, com uma quantidade menor de incêndios, 664 neste ano.

As ocorrências envolvendo incêndios em meios de transporte também são maiores em Ponta Grossa. O município, que registrou 83 ocorrências neste ano, conta com uma frota de 223.178 veículos. Levando em consideração a comparação, a cada 2.688 carros, um pega fogo. Já em Cascavel, por exemplo, que possui uma frota de 250.839 automóveis, um veículo pega fogo a cada 4.324 meios de transporte.

Se comparada com a capital Curitiba, as ocorrências de Ponta Grossa também estão bem acima representando 0,0358%, enquanto que Curitiba tem 0,0126% de situações envolvendo incêndios em meios de transporte. A frota na capital é bem maior, com 1.495.939 veículos.

Roubos de carros crescem 83% em PG

Neste ano, houve aumento significativo nos furtos e roubos de veículos em Ponta Grossa e região no período compreendido entre janeiro e setembro de 2021. Dados divulgados em novembro pelo Relatório Estatístico Criminal da Secretaria de Estado de Segurança Pública (SESP-PR) apontam que os furtos de veículos cresceram 10,31% neste ano.

Foram 33 crimes a mais que no mesmo período do ano passado. No que se refere a roubos, houve um crescimento expressivo. Houve 83,76% mais assaltos que em 2020. Foram subtraídos em assalto 98 veículos a mais que no ano anterior.

Este foi o maior número do estado e o segundo maior aumento percentual, atrás somente de Francisco Beltrão (160% de aumento). No total, a região teve 353 furtos de veículos e 215 roubos. O percentual de veículos recuperados foi de 55,9%.

Capotamento no bairro Jardim Carvalho, em PG, deixou duas pessoas feridas na quarta. (Foto: José Aldinan)

PG tem a 2ª maior taxa de capotamentos do estado

PG teve, neste ano, o registro de 53 capotamentos de veículo com vítimas que necessitaram atendimento ou avaliação médica. A estatística é do Corpo de Bombeiros do Paraná e se refere apenas a ocorrências atendidas pelo Siate. Os números revelam que a cidade possui o segundo maior número de capotamentos no Paraná.

Nessa avaliação, Ponta Grossa só ficou atrás de Cascavel, quando se faz a relação número de capotamentos X número de veículos que compõem a frota do município. Em seguida estão São José dos Pinhais, Maringá e Colombo.

Em meio aos 53 capotamentos, foram 54 vítimas feridas, muitas delas de forma leve ou moderada. Outras 15 pessoas saíram ilesas, na maioria das vezes graças ao uso do cinto de segurança e baixa velocidade de impacto. Do total de acidentes, 28 ocorreram em trecho rodoviário ou de ligação com rodovia.

Assaltos reduzem 23,31%

Segundo o Relatório Criminal, neste ano houve uma redução de 21,77% nos assaltos consumados em comparação a 2020 em Ponta Grossa e região. Ao todo, foram 303 ocorrências a menos que o verificado no ano passado. O percentual em Ponta Grossa é próximo ao observado no estado, onde o número geral de ocorrências de roubo caiu 21,93%. Já o número de furtos aumentou 9,21% (562 ocorrências a mais que em 2021), ficando acima da média do estado, que teve crescimento de 7,50%.

Município teve a apreensão de 3.063 quilos de maconha, enquanto que no ano passado foram 3.456 quilos. (Foto: Arquivo DC)

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