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Estupro contra crianças tem aumento de 43% em 2021

Estupro contra crianças tem aumento de 43% em 2021
Foto: Ilustrativa

Os crimes de estupro contra crianças em Ponta Grossa, menores 14 anos, aumentou 43% no ano passado se comparado ao ano anterior. Dados do Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente (Nucria) apontam que em 2020 foram registrados 65 casos. Em 2021, o número de crimes desta natureza aumentou para 93.

O aumento dos casos, segundo a delegada Ana Paula Cunha Carvalho, responsável pelo Nucria, se deu em sua maioria por conta das aulas remotas em decorrência da pandemia. Segundo ela, muitas crianças vítimas de abuso se sentem seguras e à vontade nas escolas para contar pelo o que estão passando.

“Com as aulas remotas, elas não tinham para quem pedir socorro e os agressores, em sua maioria, são pessoas do convívio familiar. Por isso, em 2020, muitas delas ficaram impedidas de pedir ajuda”, disse a delegada.

Por outro lado, o Nucria apontou que os casos de estupros de jovens maiores de 14 anos foram menores no passado. Em 2020 foram nove situações contra oito casos em 2021. O número é bem menor se comparado aos crimes envolvendo crianças.

“As crianças são vítimas mais vulneráveis que os adolescentes. Elas são, muitas vezes, ameaçadas caso venham contar a verdade ou nem entendem que aquilo é uma violência, por isso, o número de casos contra menores de 14 anos é bem maior. O adolescente tem mais consciência”, apontou Ana Paula.

Estupro contra crianças tem aumento de 43% em 2021
Crianças vítimas de abuso se sentem seguras nas escolas para contar pelo o que estão passando. (Foto: Divulgação)

Prisões

No ano passado, 22 suspeitos de abuso sexual foram presos pelo Nucria. Em 2020 foram 18 prisões e cinco ocorreram de janeiro a maio deste ano. Ana Paula destaca que a maioria dos suspeitos presos são tios, avôs, pais ou padrastos das vítimas. A pena pode chegar de 8 a 15 anos de prisão.

Preocupante

Mesmo que casos que chegaram ao conhecimento do Nucria tenham aumentado em 2021, por conta das denúncias, os números continuam sendo preocupantes, segundo a delegada.

“Com toda a certeza é muito preocupante e o que nós tentamos fazer é com que a vítima compreenda aquela situação. Nós não temos o poder de exterminar esse tipo de violência, mas pegamos pesado com as divulgações e campanhas para que as vítimas tenham mais conhecimento sobre como denunciar uma violência sexual”, reforçou.

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Observação comportamental ajuda a identificar abuso

O Nucria também realiza um trabalho diferenciado de outros segmentos no sentido de ser a principal fonte de informações para promover a responsabilização do agressor a partir de uma escuta especializada e compreensiva junto às vítimas.

“Muitas vezes, as crianças chegam aqui acuadas, traumatizadas e assustadas. Então o nosso trabalho é fazer uma observação comportamental para tentar esclarecer essa situação, pois a lei ainda precisa da ‘fala’ da vítima pata ter a materialidade do crime”, disse a psicóloga do Nucria, Simone Sanson.

Como identificar

A psicóloga destaca que o primeiro passo para identificar os casos de abuso é diálogo por parte dos responsáveis. “Mas é importante ficar atento também a mudanças de comportamentos da criança, se ela está mais agressiva, com medo de dormir no escuro, com medo de ficar sozinha. Se está com problemas na escola e afastou-se dos amigos”, lembrou.

O primeiro passo é acionar os órgãos de proteção como a escola, Conselho Tutelar ou assistência social. “Eles, por sua vez, vão acionar o Nucria que é um órgão de repressão. O nosso papel é atuar quando de fato houver crime”, finalizou a psicóloga.

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Semana de Enfrentamento terá ações de conscientização

Uma parceria entre diversos órgãos vai promover a VII Semana de Enfrentamento às Violências Contra Crianças e Adolescentes de 16 à 20 de maio. O evento será em alusão ao Dia Nacional de Combate ao Abuso celebrado no dia 18.

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