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Empreendedorismo ainda é dominado por homens

Nesta segunda-feira (8) será celebrado o Dia Internacional da Mulher. A data, oficializada em 1975 pela Organização das Nações Unidas (ONU), remonta ao início do século XX, quando grupos de mulheres promoveram protestos devido a condições desiguais de trabalho – que, segundo informações oficiais, persistem até os dias atuais.

Dados do IBGE divulgados pelo Sebrae apontam que as mulheres estão no comando de pouco mais de um terço (34%) das empresas paranaenses. Em Ponta Grossa, entre as microempresas individuais (MEIs) também os homens predominam, representando 54% dos MEIs de Ponta Grossa. Entre as mulheres, as principais atividades “solo” são no comércio de vestuário e acessórios (1.441), no ramo de cabeleireiros (1.283), promoção de vendas (522) e serviços domésticos (492).

Segundo dados da B3 coletados em 2020, cerca de 26% das pessoas físicas cadastradas na bolsa são investidoras mulheres. Apesar do número ser pequeno, o crescimento em 2020 foi de 118%.

Dificuldades

Enquanto que em 2019 empreendedoras lideravam 34,5% dos negócios brasileiros, em 2020 sua participação caiu para 33,6%. Entre as paranaenses, além de gerenciar o próprio negócio, 47% das empresárias paranaenses também são chefes de domicílio.

Segundo o IBGE, há alguns fatores que ainda dificultam a inserção feminina no mercado de trabalho. Na faixa etária entre 25 e 49 anos, a presença de crianças com até 3 anos de idade vivendo no domicílio se mostra como fator relevante: o nível de ocupação entre as mulheres que têm filhos dessa idade é de 54,6%, abaixo dos 67,2% daquelas que não têm. A situação é exatamente oposta entre os homens, já que aqueles que vivem com crianças até 3 anos registraram nível de ocupação de 89,2%, superior aos 83,4% dos que não têm filhos nessa idade.

O levantamento apurou ainda o impacto dos afazeres domésticos: no Brasil, em 2019, as mulheres dedicaram aos cuidados de pessoas ou afazeres domésticos quase o dobro de tempo que os homens (21,4 horas semanais contra 11 horas).

Paraná tem diferença salarial entre homens e mulheres maior  que média brasileira

A igualdade de gênero no mercado de trabalho ainda está longe de ser alcançada. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que consideram o rendimento mensal médio real do trabalho principal das pessoas de 14 anos ou mais de idade mostram que as trabalhadoras brasileiras têm um rendimento médio mensal 29% inferior à média masculina, mas no Paraná este índice á ainda maior: 36,1%.

As informações mais recentes apontam que no estado as mulheres recebem, em média, R$ 2.063, R$ 746 a menos que os homens – diferença que representa 68% do salário mínimo nacional.

“As menores remunerações e maiores dificuldades enfrentadas pelas mulheres no mercado de trabalho não podem ser atribuídas à educação. Pelo contrário, os dados disponíveis indicam que as mulheres brasileiras são, em média, mais instruídas que os homens”, aponta o IBGE.

Ponta Grossa

A última Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) – relatório de informações socioeconômicas solicitado pelo Governo Federal aos empregadores brasileiros –  é data de 2019 e indica que em Ponta Grossa a desigualdade salarial de gênero representa a metade da paranaense: R$ 350,36. De acordo com a RAIS, na cidade a remuneração média masculina é R$ 3.018,43 e feminina R$ 2.668,07.

Essa diferença de 2019 é menor que a de 2018 (R$ 383,09), mas superior à de 2017 R$ 335,84), mas, quando comparada à das outras maiores cidades paranaenses, Ponta Grossa ainda fica no segundo patamar mais baixo, atrás apenas de Cascavel (R$ 241,70). Em terceiro lugar aparece Maringá (R$ 364,14), em quarto Londrina (R$ 406,35) e na sequência Curitiba, onde os homens ganham, em média, R$ 707,05 a mais que as mulheres.

Remuneração por setor

A RAIS também aponta que em Ponta Grossa o setor que melhor remunera as mulheres é o de serviços, onde a média é de R$ 3.011,61. A indústria fica em segundo lugar, com R$ 2.564,56, e abaixo figuram agropecuária (R$ 2.305,38), construção civil (R$ 2.263,34) e, em último lugar o comércio (R$ 1.907,90).

Mulheres foram mais afetadas que homens no mercado de trabalho durante a pandemia

No ano passado as mulheres foram mais afetadas que os homens no mercado de trabalho. Dentro do programa do governo federal que permitiu suspensões de contratos e reduções de jornadas e salários, 54,9% dos acordos fechados em Ponta Grossa foram com trabalhadoras. No total, foram 15.385 acordos com mulheres e 12.638 com homens.

No Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), sistema do Ministério da Economia que registra todas as contratações e demissões de trabalhadores formais, as mulheres também tiveram resultado inferior ao masculino, tanto em abito nacional, quanto local.

No Brasil, enquanto o ano de 2020 fechou com 230.294 homens ocupando novas vagas de emprego (saldo obtido da subtração dos desligamentos das admissões), entre as mulheres foi indicada a extinção de 87.604 vagas.

Em Ponta Grossa não houve saldo negativo, mas o masculino foi 22 vezes maior. Enquanto que 5.389 trabalhadores ocuparam novos postos de trabalho, entre as mulheres o total foi de 237.

Mesmo desconsiderando a construção civil, que acumula cargos historicamente mais ocupados por homens, a diferença ainda é enorme: 1350 novas vagas com atuação masculina e apenas 48 com atuação feminina.

Total de trabalhadores

No geral, o mercado de trabalho é predominantemente masculino, apesar de a população feminina ser historicamente maior. Levantamento publicado nesta semana pelo IBGE mostra que pouco mais de a metade (54,5%) das brasileiras com 15 anos ou mais integravam a força de trabalho no país em 2019; entre os homens, esse percentual foi 73,7%.

Em Ponta Grossa o total de trabalhadoras vem crescendo progressivamente pelo menos nos últimos cinco anos. Considerando as cinco atividades econômicas, a que mais emprega mulheres formalmente na cidade é a prestação de serviços (24.079 trabalhadoras). O comércio fica em segundo lugar (10.027), a indústria em terceiro (3.248), a construção em quarto (446) e a agropecuária em quinto (318).

Em 2020 o município contava com 38.118 mulheres trabalhando com carteira assinada, total que chegou a 52.202 entre os homens. Essa diferença de 14.084 trabalhadores é a segunda maior entre as maiores cidades do Paraná, atrás apenas de Maringá (14.981). Curitiba fica em 3º (13.775), Cascavel em 4º (11.127) e Londrina em 5º (10.426).

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