Menu
em

“Ele falava: vão me matar”, diz vítima de bandido na Colônia Moema

Foto: Fábio Matavelli

A manhã desta quinta-feira (3) ficou marcada por um grande susto para moradores da Colônia Moema, em Ponta Grossa. Em especial para um deles, que teve a própria residência invadida por um dos suspeitos perseguidos por forças policiais na zona rural a quase 48 horas. Com exclusividade ao dcmais e sem identificação, ele relatou os momentos de tensão vividos e comentou que o homem estava com medo da morte.

“Não me ameaçou. Ele só me pediu ajuda. Queria o celular. Me pediu pelo amor de Deus para não chamar a polícia porque iam matar ele”, relembra. Apesar de não se sentir ameaçada, a vítima chegou a ter momentos de ‘luta corporal’ com o suspeito.

“Ele chegou a me agarrar pelo pescoço para pegar o aparelho celular, mas eu não entreguei e dei um empurrão nele. Meio que reagi, né?”, conta assustado.

O momento de temor fez com que a vítima não se recordasse com exatidão da hora em que os fatos começaram, mas se lembra de que primeiro o bandido realizou a abordagem do lado de fora da casa e depois entrou por medo dos policiais.

“A viatura da polícia estava cruzando bem naquele momento. Ele saltou para dentro de casa e eu pulei junto. Fiquei grudado com ele”, relata. Nesta hora, o proprietário da residência, que estava sozinho, começou a perceber que se tratava de um dos perseguidos pelas forças policiais. Conseguiu notar algumas características, inclusive o mau cheiro.

“Estava fedendo muito. Ele tinha uma mochila preta bem pesada nas costas. Estava todo de preto e era barbudinho”, cita. Para se salvar, o suspeito chegou a oferecer dinheiro astronômico pelo aparelho celular.

“Ofereceu 10, 15, 20 mil reais pelo celular. Bastante dinheiro, o quanto eu pedisse. Ele falou que queria comida, queria água e falava: ‘vão me matar, vão me matar’. Eu dei um empurrão e ele bateu na parede. Consegui me livrar. Falei que os meus funcionários estavam chegando e iam matar ele”, conta.

A partir desse momento, a vítima se dirigiu para o lado de fora e encontrou um conhecido que estava passando pela estrada de motocicleta. O colega parou o veículo e chegou a conversar com o suspeito. Nesta hora, o proprietário da casa conseguiu voltar para dentro e acionar os policiais, que chegaram em cerca de cinco minutos. Mas o homem já havia fugido a pé pelo matagal mais uma vez.

Estado de choque

Durante os relatos à reportagem, a vítima relatou os detalhes e também falou de forma espontânea sobre a sensação daquele momento, inclusive com risos em determinadas horas.

“Estou num estado de nervo. Não deveria ter reagido. Estou sorrindo de nervoso. Nunca passei por isso. Estou traumatizado”.

Perseguição

A perseguição policial começou na tarde de terça-feira (1°), quando um grupo de três criminosos entrou em confronto armado com uma equipe da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Durante o tiroteio, a viatura ficou danificada.

Em cooperação, a Polícia Militar entrou em combate na região da Avenida Souza Naves. O vidro de um comércio chegou a ser atingido por disparos e uma policial ficou ferida na perna. Ela foi encaminhada para a Santa Casa e passa bem.

Os suspeitos capotaram em uma estrada rural do Taquari dos Polacos. O veículo está apreendido na 13ª Subdivisão Policial. Já o trio fugiu pela mata a pé. Um cerco passou a ser montado pelas forças policiais na região. A operação dura quase 48 horas.

O que se sabe?

A Polícia Militar confirma que há três criminosos escondidos na mata da região entre o Taquari dos Polacos e a Colônia Moema, sendo que um deles se feriu. O trio está armado e é suspeito de envolvimento em ataques a agências bancárias.

Na manhã de quarta-feira, dois deles foram vistos por policiais que atuam no cerco. Neste momento, houve um novo confronto com disparos de arma de fogo. Ninguém foi capturado.

Policiais militares, unidades especializadas do BOPE e agentes da PRF estão na operação. Um helicóptero chegou a ser acionado para dar suporte na perseguição.

O que não se sabe?

Não há confirmação se um dos suspeitos ficou ferido pelo acidente sofrido no Taquari dos Polacos ou pelo confronto armado que houve anteriormente.

Também não é oficial de qual local os criminosos vieram e para onde se dirigiam no momento em que a perseguição começou em Ponta Grossa.

Na manhã desta quinta, um homem armado roubou um carro justamente na Colônia Moema. A Polícia Militar não confirma que exista relação entre os casos.

Participe do grupo e receba as principais notícias da sua região na palma da sua mão.

Entre no grupo Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.
Sair da versão mobile