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Doação de órgãos ainda é inexpressiva em Ponta Grossa

Uma lei municipal, sancionada no mês passado em Ponta Grossa, criou a Semana de Incentivo à Doação de Órgãos em Ponta Grossa, que será realizada entre 27 de setembro em diante, em alusão ao Dia Nacional da Doação de Órgãos. A lei de autoria do Vereador Rudolf Polaco (PPS), deve incentivar a população sobre o assunto. O número de doação em Ponta Grossa ainda é pouco, segundo a CIHDOTT (comissão intra-hospitalar de doação de órgãos e tecidos para transplantes). Quatro hospitais em Ponta Grossa realizam o procedimento de doação: Hospital Regional, Hospital Bom Jesus, Unimed e Santa Casa de Misericórdia. De janeiro a junho de 2018, foram realizados nesses locais, 35 notificações, 25 elegíveis e 13 doações. Das notificadas, oito foram recusadas pelos familiares. "Muitas famílias ainda não conversam sobre o assunto, e por não saber do desejo do paciente ou desconhecerem o processo acabam negando a possibilidade de doação. Uma forma de facilitar e aumentar esse número, é comunicando a sua família que você é um doador de órgãos", explica Guilherme Arcaro, Enfermeiro e coordenador da CIHDOTT.

Nos hospitais, existe uma equipe responsável pelo acolhimento dos familiares e orientando sobre a possibilidade da doação dos órgãos, depois de constatado a morte encefálica no paciente. É esse trabalho que é responsável pelo aumento no número de doações, segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES).

Apesar de se tratar de um momento difícil, para a família de Jussara Cardoso, que é professora, a doação de órgãos trouxe outro sentimento para os entes queridos do irmão: "Meu irmão morreu muito jovem, e de uma hora para outra, mesmo com o susto nós tivemos a melhor decisão entre nós, que foi doar os órgãos dele. Não faz passar a dor, mas alivia um pouco saber que o coração dele e outros órgãos ajudam outras pessoas a ter uma vida melhor".   

Em 2017, o Paraná teve record em doação de órgãos, com 808 transplantes realizados, 12,5% a mais que em 2016. Em 2018 esse número está caindo. O número de famílias que se recusa a fazer a doação é menor (tabela), afirma a SES. Mesmo assim, de acordo com a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos, o estado é o maior doador de órgãos do país.  

Os transplantes de rins foram os mais realizados no ano passado, com 482 procedimentos executados. Na sequência aparecem fígado, com 265 transplantes, coração, 39, e pâncreas, 22.

De acordo com o Ministério da Saúde, mais de 30 mil pessoas esperam por um transplante no Paraná. A lista de doações acontece por meio de uma fila, que dá a vez através de prioridade do estado de saúde e gravidade do paciente.

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