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Desvendando a moda consciente

Com o crescimento de iniciativas sustentáveis na moda termos como 'moda consciente', 'consumo consciente', 'moda sustentável', estão aparecendo na mídia e sendo mais utilizados pelos consumidores e pelas marcas. Mas como esses temas são relativamente novos, nem sempre as pessoas sabem do que se trata cada termo.

Por isso, resolvemos montar um 'dicionário da moda consciente' para desvendar o significado dessas expressões encontradas neste meio e, quem sabe assim, despertar mais ainda o interesse das pessoas em aprender mais sobre esses assuntos.

 

MODA CONSCIENTE

Antes de tudo, é muito importante enfatizar que moda consciente não significa parar de comprar roupas, mas sim refletir sobre o consumo antes de comprar algo. Vai contra as ideias do consumismo, quem pratica a moda consciente compra aquilo que precisa, aproveita bem o que já tem, busca conhecer todos os processos de fabricação daquilo que está comprando e investe em alternativas de consumo que gerem menos impactos negativos (compra de segunda mão, trocas, marcas sustentáveis produtores locais, etc).

 

MODA SUSTENTÁVEL

A moda sustentável está relacionada diretamente à sustentabilidade. As marcas que praticam uma moda sustentável tomam o máximo de cuidado para não gerar impactos nocivos ao meio ambiente. Na produção das suas peças, elas têm uma atenção especial ao tingimento, uso de produtos químicos, descarte de resíduos, emissão de componentes tóxicos, uso de água, reaproveitamento, uso de fibras naturais, entre outros.

Além dessa preocupação com o meio ambiente, a moda sustentável também se preocupa com as pessoas que estão envolvidas nessa produção. Então quem a pratica, valoriza as pessoas que trabalham na produção das roupas e proporciona boas condições de trabalho.

 

SLOW FASHION

É o contrário de fast fashion (moda rápida), basta fazer uma analogia ao fast food e slow food, o primeiro é com relação a comidas rápidas, normalmente com gordura, sem preocupação com uma composição saudável, já o segundo termo tem a ver com comidas feitas de forma mais elaborada e com uma escolha de ingredientes mais saudáveis. Na moda, é parecido. O slow fashion significa que as peças que possuem esse conceito foram feitas com maior consciência, possuem maior qualidade e durabilidade, peças atemporais.

No fast fashion tem novas coleções a cada mês e novas tendências para incentivar o consumidor a comprar mais, no slow as pessoas comprarão menos vezes, mas as peças durarão mais e serão usadas durante muito tempo, pois na maioria das vezes são atemporais, e por isso não ficam ‘fora da moda’ quando surge uma nova coleção.

 

ESTILO PRÓPRIO E AUTOCONHECIMENTO

Quanto mais você conhece o seu estilo e mais possui autoconhecimento, você investe em peças certeiras que têm a ver com você e que você vai usar muito. Estilo próprio não tem a ver com você seguir as principais tendências da moda, mas sim usar aquilo que faz você se sentir bem, peças que são “a sua cara”. E se por acaso se identificar com algum tendência vigente até usa uma peça dela, porém não vai correndo comprar só porque é o novo "grito" da estação.

 

BAZAR

Foto: Mariam Tormos

Lugar de vendas de roupas usadas que normalmente acontece em instituições, igrejas, entidades. Muitos bazares são beneficentes. Normalmente não há uma curadoria, nem critérios de seleção, então as peças não são organizadas por tipo e por tamanho, elas se apresentam de uma forma mais “bagunçada” e os preços são muito baratos, às vezes a partir de R$ 2,00.

 

BRECHÓ

Funciona como uma loja normal mesmo, mas de roupas de segunda mão. As peças são separadas normalmente por tamanho ou por tipos de peças. Por serem peças usadas, geralmente são mais baratas que peças novas de lojas convencionais.

 

GARIMPAR

É olhar um monte de peças e buscar aquelas que têm a ver com você, seja pelo tipo de peça, estampas, cores, esse termo é usado principalmente em bazares e brechós. Como no garimpo de pedras são encontradas as joias raras, com as roupas você busca pelas melhores peças.

 

DESAPEGAR

É tirar do seu armário as peças que você não usa mais. É fazer aquela “limpa” e destinar para doação ou para a venda as peças que não fazem mais sentido para você, que não servem ou que não tem mais a ver com o seu estilo.

 

UPCYCLING

Upcycling é o processo de criar algo novo e melhor a partir de itens antigos ou objetos e materiais que tinham outro significado. Diferente da reutilização ou da reciclagem, o Upcycling usa materiais existentes para melhorar os originais. O Upcycling não significa reciclar, mas recriar. Um exemplo: utilizar retalhos de tecidos que seriam jogados fora para compor a estampa de um calçado.

 

CUSTOMIZAÇÃO

É um temo muito utilizado na moda também, mas é diferente do upcycling. Customizar é transformar uma peça já existente, acrescentando algumas características e deixando essa peça diferente. Permite transformar roupas antigas em peças mais modernas. Quem quer customizar pode utilizar recursos como: cortes que modificam o decote ou altura da peça, apliques com taxas, rendas, pedrarias, patches, descolorir ou tingir, entre outros.

 

Fashion Revolution Week

O Fashion Revolution, entidade que fomenta a sustentabilidade na moda e questiona os impactos socioambientais do setor, terá a Fashion Revolution Week no mês de abril. O movimento foi criado após o desabamento do edifício Rana Plaza em Bangladesh, que causou a morte de 1.134 trabalhadores da indústria de confecção e deixou mais de 2.500 feridos. A tragédia aconteceu no dia 24 de abril de 2013.

A campanha #QuemFezMinhasRoupas surgiu para aumentar a conscientização sobre o verdadeiro custo da moda e seu impacto no mundo, em todas as fases do processo de produção e consumo. Realizado inicialmente no dia 24 de abril, o Fashion Revolution Day ganhou força e hoje tornou-se a Fashion Revolution Week, promovida por voluntários em mais de 100 países. A Semana Fashion Revolution 2018 envolveu aproximadamente 23 mil pessoas em 47 cidades do Brasil. A Semana de 2019 será dos dias 22 ao dia 28 de abril e acontecerá em diversas cidades do Brasil.

Mais informações no site: https://www.fashionrevolution.org/south-america/brazil/.

 

 

Mafer Teixeira e Nicoly França são jornalistas e youtubers apaixonadas por moda. Com experiência em gestão de mídias sociais e assessoria de imprensa, elas transformaram a paixão pela moda em profissão. Há dois anos e meio, criaram o Desavesso, focado em produção de conteúdo e eventos de incentivo à moda consciente e sustentável. Já realizaram eventos pelo Paraná e em São Paulo e seguem espalhando temas como estilo próprio, consumo consciente, sustentabilidade, autoestima e autoconhecimento. As duas cursam MBA na USP/Esalq para aprimorar os conhecimentos em marketing digital e gestão de negócios.

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