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Depressão atinge 44% dos alunos de medicina da UEPG

Não é à toa que especialistas vêm afirmando que a depressão é o mal do século. Trata-se de uma das doenças que mais preocupam devido aos vários fatores que podem contribuir para seu surgimento ou agravamento, além de estar diretamente relacionada aos casos de suicídio.

Diante do problema, pesquisadores da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) vêm trabalhando em uma pesquisa que seja capaz de identificar padrões e apontar estatísticas referentes à doença entre estudantes universitários. Os dados preliminares apontam números alarmantes, especialmente no que se refere aos cursos do setor de Ciências Biológicas e da Saúde.

Conforme o levantamento inicial, cerca de 67% dos acadêmicos de medicina da instituição apresentam níveis altos de estresse, e 44% deles têm prevalência à depressão. Segundo a professora Fabiana Mansani, que é diretora do setor que inclui outros sete cursos, o número é superior à média verificada em outras pesquisas similares, que sugerem que 28% dos brasileiros com idade entre 18 e 24 anos apresentam sintomas depressivos.

“O estudo aponta como fatores de risco para o desenvolvimento da patologia a falta de apoio emocional dos acadêmicos pela instituição de ensino e o pouco tempo disponível para lazer somado ao número elevado de horas aulas por dia e por semana no curso de graduação”, detalha a professora.

A tabulação dos dados, que contou com a colaboração da acadêmica Cynthia Ajus Cybulski, também apontou maior prevalência de depressão a partir da quarta série, coincidindo com o período em que os acadêmicos têm maior contato com a prática da medicina, como a presença em hospitais e o contato direto com os pacientes.

 

Odontologia

O objetivo da pesquisa é mapear os índices de depressão e ansiedade nos estudantes matriculados em toda a UEPG. O curso de medicina teve os resultados divulgados já em 2017. A pesquisa no curso de odontologia, apresentada durante o Encontro de Iniciação Científica 2018, também apontou índices altos. Dos acadêmicos que participaram do questionário, 37% foram classificados como tendo depressão clínica e 44% com ansiedade clínica. Todos esses trabalhos foram aprovados pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UEPG, e todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa. Essa fase do estudo envolveu também o trabalho dos acadêmicos Luiz Gustavo Rachid Fernandes, Maurício Christmann e Diogo Von Gaevernitz Lima do curso de medicina.

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