A Polícia Civil de Ponta Grossa ouviu nesta semana o motorista de aplicativo envolvido no acidente que matou o motoboy Leandro Loureiro. A colisão aconteceu na tarde de domingo – 29 de agosto – no cruzamento das ruas Barão do Cerro Azul com Coronel Francisco Ribas. O depoimento do motorista contradiz a versão extraoficial apresentada pela passageira do carro.
O condutor do VW Gol afirmou ao delegado Marcus Vinícius Sebastião, responsável pela investigação do caso, que o sinal estava aberto para a passagem do carro. Já no boletim de ocorrência que faz parte da documentação oficial do caso, há citação da passageira relatando que o motorista teria furado o sinal vermelho e colidido com a moto pilotada por Leandro.
“O motorista se apresentou na delegacia acompanhado do advogado. Estava bem abalado. Disse que o semáforo estava aberto para ele e que jamais teve a intenção de tirar a vida de ninguém. Reforçou que prestou socorro e não se ausentou do local do acidente”, conta o delegado.
Segundo Marcus Sebastião, o depoimento do motorista teve curta duração. “Ele falou pouco, mas disse que lembra que o sinal estava aberto para ele”, relata o policial.
No dia do acidente, uma câmera de segurança flagrou a batida. O Gol branco seguia pela Coronel Francisco Ribas no sentido Jardim Carvalho. O motoboy estava subindo a Barão do Cerro Azul no sentido Nova Rússia. As imagens sugerem que nenhum deles esboça frear. Contudo, não é possível ver o semáforo e, por consequência, saber quem furou o sinal vermelho.
Policiais que trabalham na investigação estão atrás de outras imagens que possam atestar alguma das versões apresentadas. Outros depoimentos serão agendados. Entre eles o da passageira, de 30 anos, que estava no carro com o motorista de aplicativo. No dia do acidente, ela sofreu ferimentos leves e foi levada à UPA Sant’Ana para atendimento médico.
Além deste depoimento considerado de suma importância pelos policiais, a Civil vai convocar outras possíveis testemunhas da colisão no Centro. No entanto, naquela tarde (por se tratar de um domingo) havia pouco movimento na região.
A princípio, a morte de Leandro Loureiro está enquadrada como homicídio culposo de trânsito. Segundo o delegado, ainda não há qualificadoras. Mas o enquadramento pode mudar de acordo com andamento e constatações da investigação.
Motoboy
Leandro Loureiro tinha 36 anos de idade e fazia parte do Clube Desbravadores de Vila Velha. Além desses amigos, ele deixou a esposa Solange e o filho Samuel, de 8 anos de idade. Leandro fazia delivery de refeições por aplicativo. Era um complemento de renda para a família de Ponta Grossa.