em

Denúncias apontam ‘lixão da construção’ em PG

O depósito irregular resíduos da construção aliado ao grande acúmulo destes materiais na área onde funciona a Usina e Reciclagem de Resíduos (RCC) foi alvo de denúncias neste ano na Prefeitura de Ponta Grossa. Informações anônimas informaram à Secretaria de Meio Ambiente sobre o deslizamento de materiais, como concreto, tijolo, madeira, que estariam sendo acumulados diariamente no local.

A Usina de Reciclagem integra a cooperativa Cooperconcre e foi instalada no ano de 2014 em uma área doada pela Prefeitura no Distrito Industrial. O objetivo de uma usina como esta, segundo os cooperados, seria dar a destinação correta para os resíduos da construção civil, que antes eram jogados em terrenos baldios e em arroios da cidade. A partir do depósito, todo o material seria reaproveitado para retornar ao meio ambiente de forma correta.

No entanto, denúncias repassadas à Secretaria de Meio Ambiente apontaram, além do deslizamento de resíduos, devido a grande quantidade acumulada, também a falta de reaproveitamento dos mesmos. "Observamos que aquela montanha de resíduos está aumentando cada vez mais. Está ocorrendo apenas o depósito e não a produção de materiais", disse um denunciante que não quis ser identificado.

A denúncia apontou ainda que, entre uma das promessas para a instalação da usina, seria a produção de blocos de concreto feitos a partir dos resíduos reaproveitados.

A partir das informações repassadas à Prefeitura, técnicos realizaram uma vistoria no local, em agosto deste ano, acompanhados de engenheiros da Associação dos Engenheiros e do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetos (Crea).

"Parte do local teve o funcionamento embargado, por necessitar de adequações técnicas. A Prefeitura está orientando tecnicamente os responsáveis sobre as adequações necessárias no local e aguarda o projeto final com as regularizações que serão feitas", disse André Pitela, diretor de fiscalização da Secretaria de Meio Ambiente. Entre as readequações solicitadas junto aos responsáveis também estão um projeto de drenagem e a colocação de taludes.

Fiscalizações

De acordo com Pitela, as fiscalizações por parte da Secretaria de Meio Ambiente não acontecem apenas mediante denúncias. "Em locais como a usina, também são feitas fiscalizações preventivas onde nós vamos até os estabelecimentos e acompanhamos a situação do empreendimento. No caso da usina, já realizamos vistorias em outros momentos", explica.

 

Usina de Reciclagem mostra passo a passo de reaproveitamento

O 1° secretário da Usina de Reciclagem, Marcelo Assis Ávila, alega que as denúncias não confirmam e afirma que todo o material levado até a cooperativa é reutilizado da maneira correta. Segundo ele, ao todo são 52 cooperados que levam materiais até a usina todos os dias.

"Funciona assim: o caminhão chega e deposita os resíduos. Todo o material é segregado logo em seguida. Cada item separado é direcionado para algum lugar. Lixos não recicláveis vão para o aterro em Piraí do Sul. Já plástico e papel são encaminhados para uma empresa no bairro de Uvaranas. O ferro e alumínio são levados para uma empresa aqui na cidade. A madeira vai para Prudentópolis. Por fim, gesso e amianto são destinados para uma empresa de Curitiba", explica.

Outros materiais como o tijolo, concreto e a terra vão para um maquinário que realiza o processo de britagem do material. "A partir deste processo, nós produzimos três tipos de material: o material de concreto, o misto (tijolo, telha e viga) e o material de asfalto. Os três tipos são vendidos para a realização de cascalhamento em ruas", diz Marcelo.

Segundo o 1° secretário, a usina funciona com todas as autorizações ambientais e o acúmulo de materiais no local é necessário. "Existe este acúmulo por conta da demanda, mas precisamos ter este estoque para trabalhar, principalmente neste final de ano em que o movimento diminui", comenta.

 

Imagens: José Aldinan

Investimentos

Ávila comenta que para o próximo ano a intenção é investir ainda mais na usina. "Estudamos a compra de mais uma britadeira para fazer a separação de areia, no valor de R$ 1 milhão. Também queremos comprar um maquinário de prensa para fazer os blocos de concreto e, com isso, contratar mais funcionários", diz.

Participe do grupo e receba as principais notícias da sua região na palma da sua mão.

Entre no grupo Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.