Durante a quarentena está crescendo o número de pessoas que estão bebendo mais, sentindo crises de ansiedade e depressão e que não estão fazendo atividades físicas. Curiosamente, apesar de também aumentar a quantidade de pessoas que têm medo de ser infectadas pelo coronavírus, está diminuindo a parcela da população que manteria o isolamento social enquanto for necessário independente do impacto econômico. Todas essas informações foram levantadas por um estudo da Paraná Pesquisas, empresa especialista em opinião pública, que aplicou o mesmo questionário em abril e maio em todo o país.
Entre os entrevistados que fazem uso de bebida alcoólica, de um mês para outro cresceu a quantidade de pessoas que aumentaram o consumo de bebida alcoólica durante este período de isolamento social, chegando a 17,4% no início de maio. Entre os homens, 20,3% afirmaram que sim, enquanto que entra as mulheres o índice foi menor: 14,5%. Um dado preocupante é que segmentando por faixa etária as pessoas que mais têm aumentado o consumo de álcool são os jovens de 16 a 24 anos, seguidos dos de 25 a 34 anos.
Paralelamente, a porcentagem de pessoas que responderam fazer atividades físicas durante o isolamento baixou de 34,4% em abril para 32,5% em maio – ou seja, menos de um terço da população. Os que mais têm se exercitado são os idosos que possuem 60 anos ou mais e, na outra ponta, o que menos têm praticado exercícios são os jovens de 25 a 34 anos.
Problemas psicológicos
86% dos entrevistados afirmou que alterou seus hábitos ou costumes por causa do coronavírus – e a pressão dessas mudanças, muitas vezes drásticas, também já começou a se refletir na saúde mental da população. Segundo o estudo, se aproxima da metade a parcela de brasileiros que sentiu crises de ansiedade, depressão ou qualquer problema psicológico durante este período de isolamento social.
Enquanto em abril 39,6% já afirmavam ter passado por uma situação destas, em maio o percentual subiu pata 43,4%. As mais afetadas são as mulheres, já que 47,7% delas relatam problemas, e, novamente, os jovens de 16 a 24 anos, que registram crises em 47,7% do seu total. Apesar de representar um dos grupos de risco, os idosos são os que menos sentiram estes impactos – mas, mesmo assim, os episódios se estendem a 38% deles.
Medo da infecção x isolamento
A pesquisa também mostra que pelo menos uma a cada duas pessoas tem medo de ser infectada pelo coronavírus. De abril para maio o índice aumentou 6% e a região Sul é que registra a menor parcela de pessoas com este receio: são 61,1% dos entrevistados, contra 69,2% dos verificados na região Nordeste.
Apesar disso, é crescente o número de pessoas que afirma que não manteria o isolamento social enquanto necessário independente da crise ou impacto econômico. Em abril mais de a metade dos entrevistados, 53,2% afirmou sim, seguiria em quarentena, mas em maio a porcentagem ficou pouco abaixo da metade – 49,9%.