Em março, em apenas duas semanas, o Conselho Tutelar de Ponta Grossa recebeu pelo menos três denúncias de crianças ou adolescentes fazendo uso do narguilé. Para a conselheira Michelly Markowcz, do Conselho Tutelar Leste, isso pode indicar o aumento do número de jovens fazendo uso do item, o que exige atenção redobrada por parte dos pais ou responsáveis.
Ela lembra que o narguile não pode ser fornecido para menores de 18 anos, e que comerciantes que emprestam, vendem ou alugam o produto para esse público estão sujeitos às penalidades. “Isso não é permitido. O produto é enquadrado como substância que causa dependência e, se o empresário for flagrado fornecendo, será enquadrado conforme a tipificação das penas previstas no Artigo 243 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que também trata do fornecimento de bebidas alcoólicas”, explica.
Dados da Pesquisa Nacional de Saúde indicaram, em 2015, que mais de 212 mil brasileiros maiores de 18 anos admitiam usar narguilé. Muito difundido entre os jovens, o uso desse tipo de fumo entre 20 e 80 minutos é equivalente a fumar 100 cigarros, segundo a mesma pesquisa. Entre 2010 e 2015, mais que dobrou o uso de narguilé entre homens jovens (entre 18 e 24 anos) no País.