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Conheça a história do Ludovico, o vira-lata que há 19 anos vive em supermercado do Oficinas

Por Walter Téle Menechino – dcmais

Desde que vim de mala e cuia para Ponta Grossa e aluguei um pequeno sobrado na Colônia Dona Luiza, há pouco mais de dez meses, todos os finais de semana vou à loja do Tozetto do Oficinas. Logo me chamou a atenção uma casinha de cachorro e seu inquilino deitado na marquise do supermercado. Creio que quem esteve por ali também já notou. Fica ao lado da Lotérica.

Não sei se por coincidência ou frequência habitual, quase sempre que chego tem alguém cuidando e acarinhando o vira-lata de porte médio. Inevitavelmente ele está deitado, com algum adorno brilhante na testa e quase não se move. Em dias mais frescos é protegido por um cobertor limpo. Isso foi me intrigando, até que neste penúltimo dia de janeiro decidi falar com a cuidadora do momento.

A história do Ludovico me comoveu com a sensível narrativa de Marisa Mello, uma jovem senhora que trajava jaleco branco. Pensei, de início, que se tratava de uma veterinária, voluntária de alguma ONG protetora de animais abandonados. Que nada, ela trabalha naquele endereço desde a inauguração do supermercado e atualmente atende na farmácia do mix comercial.

“O Ludovico está aqui há 19 anos, desde a construção do supermercado e por causa da idade tem artrose”, respondeu quando quis saber se ele estava doente. Confesso que duvidei. Pensei, eita, 19 anos? A média de vida de um cão, dependendo da raça e outras condições, gira em torno de 12 anos… Mas sempre há exceções e, então, ouvi e botei fé.

“O Ludovico, quando era filhotinho, foi dado de presente pelo avô para uma neta, que na época era criança pequena. Eles moravam ali na (Rua) Franco Grilo, mas poucos anos depois o avô morreu e a família mudou para Cascavel. O Ludovico sempre andava por aqui e um pedreiro, que trabalhava na construção do mercado, disse que ficaria com ele”.

– E não ficou?

Marisa continuou: “Ficou, mas o Ludovico não fica em lugar fechado. Sempre gostou de andar por aí. Quando a obra terminou, o seu Cyro, pai do seu César (Tozetto), adotou ele. Antes, durante o dia ele saía pra rua e voltava quando escurecia. Agora fica o dia inteiro deitado. À noite ainda tenta acompanhar o guarda noturno nas rondas, mas não consegue”.

Disse que tinha gostado da história, lamentei ter deixado o celular carregando em casa e prometi voltar para colher mais informações para contar a história no dcmais. Foi quando Marisa disse que em breve o Ludovico deverá ganhar uma página no Facebook. Daí resolvi antecipar com as informações que já havia colhido.

“É. Vamos colocar foto dele quando era filhote com a menina”. Jura? “Sim, um dia, já moça formada, ela veio aqui no mercado, viu o nome escrito na casinha, lembrou que era o mesmo que ela havia dado ao cachorrinho que ganhou de presente do avô e chamou o Ludovico… Acho que ele reconheceu a voz dela”.

Ah! A foto que ilustra a matéria foi feita duas semanas atrás.  

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