Pelo menos cinco colégios particulares de Ponta Grossa deverão retomar as atividades extracurriculares presenciais a partir desta segunda-feira (19). Até o momento, as instituições Sepam, Rosazul, Sagrado Coração de Jesus, Prisma Arco-Íris e Boas Novas, já anunciaram retorno que foi autorizado por decreto do Governo do Estado em escolas que já eram ofereciam contraturno escolar.
A autorização para a retomada vale também para as redes estadual e municipal, para turmas do Infantil (a partir dos 5 anos), Ensino Fundamental I e II e Ensino Médio. As aulas presenciais continuam suspensas por tempo indeterminado.
A retomada das atividades, de acordo com o presidente do Sindicato das Escolas Particulares (Sinepe), Osni Mongruel Jr, deverá acontecer de forma gradual. “Ponta Grossa conta com 50 instituições de ensino privado. Temos feito reuniões desde o início da pandemia e algumas escolas ainda precisam, por exemplo, de uma decisão da mantenedora. Outras ainda irão realizar consultas com os pais para verificar o interesse dessa retomada”, comentou o presidente durante participação em live pelo Portal Dcmais na manhã de sexta-feira (16).
Mongruel Jr que também é diretor-presidente da regional do Sinepe nos Campos Gerais explica que o retorno não se trata se aulas presenciais curriculares, mas sim atividades extras como reforço escolar, atendimento especializado, cursos de idiomas, iniciação científica e atividades esportivas individuais para os alunos matriculados.
“Atividades como essas já podem ser feitas sempre com todos os cuidados necessários, como distanciamento, uso de álcool e máscara. Mas esse retorno é optativo e não obrigatório. Por isso, a escola precisa consultar as famílias e verificar se elas gostariam de participar. Sabemos que o retorno será de forma gradual e a tendência é que isso aumente”, explica.
Curricular x extracurricular
A diferença para as aulas presenciais se dá pela disponibilização de professores que trabalham com aulas curriculares convencionais em salas de aula. “Mas nesse momento isso não irá ocorrer. As atividades dessa retomada acontecerão com um menor grupo de alunos ou com atividades individuais. A ideia não será trazer o aluno para uma aula, porque o conteúdo deve ser disponibilizado para todos. Será mais como um reforço e um atendimento mais individual”, apontou Mongruel.
O presidente do Sinepe observa que o retorno das aulas presenciais é importante, principalmente porque está nítido de que houveram prejuízos para todos durante a pandemia. “Nós não podemos afirmar que esse prejuízo vai se manter ao longo dos anos pois, mesmo no ensino presencial, não são todos os alunos que têm um bom desenvolvimento. No modelo à distância você não sabe quantos estão indo bem. A aprendizagem das crianças realmente está menor. No entanto, aqueles que nada fizeram, perderam tempo”, destacou.
Crise
Outros prejuízos elencados por Osni durante a pandemia foi com relação à crise econômica que levou muitos pais a terem dificuldades no pagamento das mensalidades. “Muitas famílias tiveram redução de suas rendas e as escolas foram tomando conhecimento desta situação para realizar ajustes com a comunidade do que era possível naquele momento, inclusive, postergando os pagamentos”.
O presidente apontou ainda que a rede municipal e estadual divulgaram aumento da procura ao longo deste ano. “Se por algum motivo os pais precisaram cancelar o contrato com as escolas particulares por falta de condições financeiras, foi necessário então transferir os filhos para uma escola pública”, finalizou.