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Civis detêm a posse de 62% das armas legais no Paraná

Um levantamento fornecido pela Ministério de Justiça e Segurança Pública – Polícia Federal, a pedido da reportagem do Diário dos Campos, aponta que o Paraná possui 53.130 armas de fogo registradas através do Sistema Nacional de Armas (Sinarm). Dessas, 33.061 estão nas mãos de pessoas físicas, de forma genérica civis. Outras 14.761 estão com profissionais de segurança privada, enquanto que 1.253 armas estariam sendo utilizadas na segurança pública.

Em números percentuais, significa dizer que 62,2% das armas com registro ativo no estado estão em posse de pessoas físicas que não têm relação com os serviços de segurança. Empresas e profissionais da segurança privada estão com 27,7% dos armamentos. Caberia à segurança pública aproximadamente 2,3% do total das armas com registro no Paraná.

Chama a atenção o fato de a quantidade de armas em poder do serviço de segurança pública (Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Federal, Guarda Municipal etc.) ser 11 vezes menor que o número disponível para a segurança privada.

O DC entrou em contato com o Conselho Comunitário de Segurança de Ponta Grossa (Conseg-PG), que tem como prerrogativa reunir seus membros para pensar estratégias de enfrentamento dos problemas de segurança, e questionou qual é a avaliação do órgão em relação aos números informados. A presidente do Conseg-PG, Jane Villaca, se mostrou surpresa com os dados, mas preferiu não fazer análise da estatística, de imediato. “Faremos uma reunião com o conselho nesta terça-feira, e esses números serão apresentados aos integrantes, uma vez que são dados aos quais ainda não havíamos tido acesso”, comentou.

 

Requerimento

Ainda fazem parte dos dados tabulados as 3.888 armas registradas para uso em órgãos públicos, 24 em lojas que comercializam armas e mais 143 classificados como “outros”, e cuja destinação a Polícia Federal não detalhou. O DC solicitou também o número de armas registradas nos municípios de Ponta Grossa, Maringá, Cascavel, Londrina, Foz do Iguaçu, Guarapuava e Ponta Grossa, o que possibilitaria um comparativo entre cidades. No entanto, a PF informou que não realiza estudos tão específicos quanto o solicitado no requerimento, o que impede sua divulgação.

 

Os números

A estatística foi fornecida por meio do portal e-SIC (Serviço de Informação ao Cidadão) e solicitada formalmente via formulário. Os números se referem às armas cuja aquisição e posse foram devidamente legalizadas, e que estão em propriedade de pessoas que passaram por todos os trâmites burocráticos que incluem autorização prévia, curso para manuseio e compra em loja credenciada. Somente em 2018, até o final do ano, haviam sido registradas 4.469 novas armas, das quais 3.920 foram para pessoa física, 231 para segurança privada, 214 para órgão público, 103 para segurança pública e uma para loja.

 

Lojas também são postos de informação

O empresário Daniel Panzarini é atirador esportivo, e resolveu colocar esse interesse em um negócio potencialmente lucrativo. Após um processo iniciado ainda em 2017, ele conseguiu inaugurar uma loja de comércio de armas no bairro Oficinas. Segundo ele, até o momento foi possível notar que o perfil dos compradores varia entre aqueles que são atiradores experientes, e os que estão interessados em iniciar a prática. “O início de nossas atividades, em 20 de janeiro, coincidiu com o debate sobre mudanças na lei de posse de arma. Mas a ideia de montar o negócio vem de anos. O que notamos é que tem muita gente vindo só à procura de informação, justamente por conta da mudança nas regras anunciadas no início do ano”, diz Panzarini. Ele acredita que o perfil do público resultante dessas alterações na legislação só será conhecido no início do próximo ano.

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