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Cinzas de vulcão mudam cores do entardecer em Ponta Grossa?

Tonalidades entre rosa e laranja predominam há dias na cidade

Foto: Daniel Dias Auer / Página Amigos do Lago de Olarias

Você deve ter notado que, nos últimos dias, o pôr-do-sol na região de Ponta Grossa está com uma cor laranja mais intensa que o normal. A tonalidade se espalha pelo céu e reflete nos prédios e janelas. O espetáculo é especialmente admirável na Praça Por-Do-Sol e no Lago de Olarias, onde a paisagem ajuda a compor um cenário singular. A imprensa, de forma geral, vem especulando que o fenômeno é resultante da cinzas de vulcão suspensas na atmosfera, originadas de erupção ocorrida no Oceano Pacífico, mês passado.

Cinzas de vulcão

O Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), no entanto, é mais cauteloso em relacionar os belos crepúsculos ao acontecimento verificado em vulcão de Tonga, na Oceania. “Existem algumas notícias vinculadas na imprensa de que tem cinzas em algumas regiões do Brasil. Mas, pelos sistemas de monitoramento do Simepar, não podemos afirmar com 100% que aqui no Paraná é também”, comentou o meteorologista Lizandro Jacóbsen. Porém, ele reconheceu que o entardecer pareceu diferente em Curitiba no início da semana.

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A professora do curso de Geografia da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Karin Linete Hornes, tem concentrado suas pesquisas em desastres naturais. Segundo ela, é possível, sim, que partículas provenientes do vulcão no Oceano Pacífico estejam contribuindo para isso. “Partículas lançadas na erupção vulcânica interferem na dinâmica atmosférica. Elas se espalham pelo mundo todo, porque o vento transporta para outros continentes. Tudo está conectado”, diz Karin, lembrando que até mesmo areia do deserto Saara pode ser encontrada no Brasil.

Argentina

Mas Karin destacas que a mudança na paleta de cores do por-do-sol também pode ter relação com outro fenômeno, menos natural que a erupção vulcânica. Na segunda metade de janeiro, a Argentina registrou, em meio a forte onda de calor (máximas de 45ºC), a ocorrência de grandes incêndios em região de Buenos Aires. Outras dezenas de focos de incêndio foram verificadas em localidades, como Córdoba, Mar del Plata, Bariloche, Entre Ríos e Corrientes.

Antes disso, já em 12 de janeiro, a Argentina havia declarado “emergência ígnea” em todo o território nacional pelo período de um ano, especialmente após incêndios na Patagônia.

Paraguai

Situação parecida afetou pastagens e áreas de mata no vizinho Paraguai. De acordo com o site do Observatório Pantanal, ONG atuante no segmento de preservação ambiental, foram detectados 3.757 focos de incêndio em apenas 24 horas, no dia 19 de janeiro. A suspeita é que muitos desses tenham sido originados por ação criminosa, para limpeza de áreas para novo plantio ou renovação de pastagens.

Portanto, embora o entardecer possa render boas fotos em Ponta Grossa, ele pode estar relacionado com os incêndios em países vizinhos e com a erupção vulcânica ocorrida na Oceania, além dos tipos de nuvens e inclinação dos raios solares.

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