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Chuvas alertam para cuidados com animais peçonhentos

Períodos de chuvas intensas aumentam os riscos de acidentes com animais peçonhentos, como escorpiões, aranhas e serpentes. De acordo com o Ministério da Saúde, com as chuvas, os animais peçonhentos são obrigados a sair dos seus esconderijos e procurar novo abrigo, tanto em áreas urbanas quanto rurais. Assim, não é difícil encontrá-los nas proximidades das casas, jardins e parques.

Os escorpiões são os responsáveis pela maior ocorrência destes acidentes no Brasil. Em Ponta Grossa, de acordo com dados da Secretaria Municipal de Saúde, através da Vigilância Epidemiológica e Controle de Doenças, no ano passado, foram registrados 142 acidentes com o aracnídeo. Em 2016, o número de ocorrências foi ainda maior, com 338 casos. A maioria dos acidentes envolveram vítimas com a faixa etária entre 20 e 29 anos.

De acordo com o médico veterinário e responsável pelo setor de Zoonoses de Ponta Grossa, Leandro Monteiro Inglês, apesar da redução dos casos, de 2016 para 2017, é necessário que as pessoas tomem cuidados para evitar os acidentes.

"Quando está muito calor, estes animais costumam sair para se alimentar de outros insetos e acabam atacando os seres humanos. Então sempre orientamos para que as pessoas tomem cuidados ao se aproximarem de lugares onde estes animais costumam ficar, como entulhos, por exemplo", explica.

Ao mexer em fundos de quintal, mato alto e em locais onde há grande concentração de entulhos de materiais de construção, a orientação é para que sejam utilizadas luvas de raspas de couro, botas e calça comprida. "A maioria dos acidentes ocorrem quando vamos pegar algo, por exemplo", lembra.

É importante também utilizar panos úmidos e/ou saquinhos de areia embaixo das portas para evitar a entrada dos animais peçonhentos. A mesma dica serve para os ralos de banheiros e lavanderias que devem ser tampados.

"É necessário que a grama esteja sempre cortada pois, dessa forma, o escorpião não irá passar por ali. Já dentro de casa, é importante que os armários sejam sempre abertos e os cantos estejam sempre limpos. A aranha marrom, principalmente, costuma ficar atrás de quadros e de coisas muito 'velhas'", comenta Leandro.

Acidentes

Os animais peçonhentos injetam veneno pelo ferrão, dente, aguilhão ou cerda urticante. Dependendo da espécie do animal, os acidentes podem até levar à morte, caso a pessoa não seja socorrida e tratada adequadamente, quando necessário, com soro específico.

O Ministério da Saúde distribui soros antipeçonhentos para todo o país, que estão disponíveis na rede do Sistema Único de Saúde (SUS). O órgão alerta para os cuidados que as pessoas devem ter, além das medidas básicas de prevenção. Em caso de acidente, a pessoa deve ser encaminhada, o mais rápido possível, para o hospital.

Escorpião sobrevive em ambientes urbanos com facilidade por se alimentar de baratas. (Foto: José Aldinan)

Hospital Municipal é referência em casos de acidentes

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o Hospital Municipal Amadeu Puppi (HM), em Ponta Grossa, é referência para o tratamento de acidentes envolvendo animais peçonhentos. O HM é responsável por armazenar os soros anti-peçonhentos que são fornecidos pela 3ª Regional de Saúde. Os estoques, segundo a pasta, estão baixos, mas seguem estáveis na cidade.

De acordo com a Saúde, a aplicação do soro no paciente é feito mediante um protocolo, através da identificação do animal e de acordo com a identificação dos sinais clínicos da vítima que justifiquem a utilização.

"Nem sempre é preciso aplicar o soro em uma pessoa adulta, por exemplo, que tenha levado uma picada de aranha. É preciso sempre levar em consideração o veneno do animal e a capacidade do organismo em reagir à intoxicação. Tudo isso é avaliado por médicos do hospital que repassam as informações para o Centro de Informações Toxicológicas de Curitiba para verificar a necessidade", informou a secretaria.

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