Uma família de três pessoas que possui uma renda mensal de um salário mínimo gasta mais de R$ 3 a cada R$ 5 ganhos na compra de produtos básicos em supermercados de Ponta Grossa. Esta é a conclusão do boletim sobre a inflação da cesta básica em Ponta Grossa, elaborada pelo Núcleo de Economia Regional e Políticas Públicas (NEREPP) da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), que aponta que a cesta está se aproximando de R$ 700 na cidade, já que passou a custar R$ 697,07 no mês passado.
Comparado com o preço de um ano atrás, o atual é R$ 86,90 mais caro, uma alta de 14,24% em termos percentuais – variação superior à inflação oficial do país (IPCA), que fechou 9,68% no período.
De dois anos para cá (quando ainda não havia pandemia), a alta é de 37,31%, totalizando R$ 189,44. Ao mesmo tempo, o salário mínimo subiu apenas R$ 102, 86% a menos do que o custo da cesta básica em Ponta Grossa.
Como é feito o cálculo
O estudo considera como integrantes da cesta básica 33 itens de consumo básico, dentre alimentos e produtos de limpeza e higiene pessoal, e é relacionado à realidade das compras de famílias com renda entre 1 e 5 salários mínimos, com 3 pessoas em média, e residentes em Ponta Grossa.
A pesquisa representa as compras realizadas no sistema delivery dos supermercados, “que se tornou uma forma relevante para o abastecimento domiciliar”, conforme aponta o documento.
O índice do mês de agosto de 2021 corresponde ao período da primeira semana de agosto com a primeira semana de setembro de 2021.
Variação mensal da cesta básica em Ponta Grossa
Na variação mensal, a cesta básica em Ponta Grossa ficou 1% mais cara. Dentre os produtos, 18 encareceram, 13 ficaram mais baratos e 2 seguiram no mesmo patamar de preços.
O grupo que ficou mais caro de um mês para o outro é o hortifrutigranjeiro (+6,64%), sendo a batata a responsável pela maior alta (+26,81%) e a banana pela maior baixa (-6,59%).
Os produtos de limpeza estão na outra ponta, com a maior baixa (-7,27%). Dentre ele, as maiores variações foram a água sanitária (+5,35%) e o desinfetante (-16,65%).
Em relação às carnes a média foi de -4,48%, tendo como destaques o frango (+3,95%) e a carne bovina (-7,52%). Na alimentação em geral obteve-se um aumento geral de 3,76%, tendo o açúcar (+13,71%) e o feijão (-3,13%) como as maiores diferenças mensais de preços.
Por fim, o grupo de higiene registrou um acréscimo de 2,13%. Dentro dele, o produto que apresentou a maior variação positiva foi o creme dental com 4,68% e não houve nenhum com variação negativa.
PG tem cesta básica mais cara que as capitais
De acordo com um estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) divulgado na semana passada, o custo médio da cesta básica em agosto teve alta em 13 das 17 capitais pesquisadas. Curitiba foi uma das quatro que registrou queda de preço (-3,12%)
A mais cara é a de Porto Alegre (RS), onde custa R$ 664,67 – menos do que os R$ 697,07 de Ponta Grossa. Já a mais barata, de acordo com o estudo, pode ser encontrada em Aracaju, no Sergipe, por R$ 456,40.
Entre os produtos que ajudaram a puxar a alta no custo, está o café em pó que subiu em todas as capitais. O açúcar teve alta em 16 capitais, e o litro do leite integral subiu em 14 das cidades pesquisadas.