Com o isolamento social causado pela pandemia cresceu a modalidade de home office – e, com isso, as atenções voltadas à estrutura residencial – e caiu o consumo em diversos segmentos – fazendo com que muitos brasileiros passassem a contar com reservas financeiras “mais gordas”. Estes dois fatores são alguns dos que contribuíram para o crescimento do mercado imobiliário; em 2020 o mercado de imóveis usados registrou crescimento de 48,35% no Paraná, no comparativo com o ano anterior.
Os dados são do PMI (Painel do Mercado Imobiliário), sistema desenvolvido pela Kenlo (plataforma de dados de imobiliárias) que pela primeira vez também especificou seu levantamento na cidade de Ponta Grossa. De acordo com a empresa, o interesse nas aquisições de imóveis usados na cidade ficou bem equilibrado entre casas e terrenos, que lideraram as procuras e, depois, apartamentos.
“As medianas dos valores dos negócios fechados em 2020 para estas tipologias foi de R$ 300 mil, R$ 238 mil e R$ 190 mil, respectivamente. Considerando todas as cidades pesquisadas, o valor transacionado em Ponta Grossa está 0,8% abaixo da mediana dos valores dos negócios fechados”, afirmou Denise Ghiu, especialista de mercado da área de inteligência da Kenlo, lembrando que como este foi o primeiro ano que Ponta Grossa teve seus números acompanhados no PMI não é possível compará-los a períodos anteriores.
“A aquisição do imóvel com valores dentro das faixas de valores financiados pelo Sistema Financeiro de Habitação (SFH) na contratação de crédito no município podem indicar também uma tendência de que as famílias optaram por trocar o aluguel pelas parcelas do financiamento da casa própria”, complementou a especialista.
Paraná
Assim como na tendência nacional, em toda a região Sul o mercado imobiliário apresentou aumento nas transações imobiliárias no segundo semestre de 2020, marcado por medidas de flexibilização contra a COVID-19.
Entre o segundo trimestre (mês em que se iniciou a quarentena no Brasil) e o último de 2020 foram fechados 4.637 contratos de aluguel ou venda de imóveis usados no Paraná, 53,54% acima do mesmo período de 2019. Nos dois últimos trimestres do ano, a aceleração foi ainda mais evidente: houve aumento de 56,29% e 67,07% no terceiro e quarto trimestres, respectivamente.
Considerando preços, o estado também registrou aumento: foram 6,6% a mais na mediana do valor dos imóveis usados em relação a 2019, sendo R$ 239,9 mil em 2020.
“Inflação do aluguel” acumula taxa de 28,94% em 12 meses
O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), usado no reajuste dos contratos de aluguel, registrou inflação de 2,53% em fevereiro deste ano. Em janeiro, a taxa ficou em 2,58%. Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), com o resultado, o índice acumula taxas de inflação de 5,17% no ano e de 28,94% em 12 meses.
O Índice de Preços ao Produtor Amplo, que mede o atacado, teve inflação de 3,28% em fevereiro, um pouco abaixo dos 3,38% de janeiro. Segundo a FGV, o Índice de Preços ao Consumidor, que mede o varejo, também apresentou recuo na taxa de inflação, ao passar de 0,41% em janeiro para 0,35% em fevereiro. O Índice Nacional de Custo da Construção foi o único dos subíndices que teve alta na taxa de inflação de janeiro para fevereiro, ao passar de 0,93% para 1,07% no período.