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Casa no Nova Rússia usada para dar mesmo golpe várias vezes é queimada por herdeiro

Uma casinha branca, metade madeira, metade alvenaria, tendo ao lado um bom punhado de árvores sob as quais corre um filete de água, pela quarta vez foi objeto de estelionato em Ponta Grossa. Explica-se: foi vendida por quem não de direito. Dessa feita por R$ 2 mil. Para colocar um ponto final nos aborrecimentos, na manhã desta terça-feira (16), foi propositalmente queimada.

O que restou da casa após o incêndio provocado nesta terça de Carnaval / Foto José Aldinan

Os Bombeiros foram acionados, controlaram as chamas, mas em seguida quem teve mesmo que assumir a ocorrência foi a Polícia Militar. Ouvindo as partes, aos poucos a história foi sendo esclarecida. Quem ateou fogo no imóvel foi o Bruno, neto da legítima proprietária da área, localizada na Vila Esperança, Nova Rússia. A dona, uma idosa, por compaixão cedeu a casa para a Tânia, 43 anos, morar por um tempo.

Tânia logo providenciou ‘gatos’ de água e luz, até número novo colocou na fachada da morada, onde permaneceu por cerca de seis meses. Eis que decidiu vender a casa, que dizia ser dela. Logo apareceu uma compradora, coincidentemente de nome Sinhorinha Aparecida, 51 anos, mãe de dois rapazes, ambos maiores de idade. No dia 2 de fevereiro o negócio foi fechado.

Contrato de gaveta firmado entre Tânia, a vendedora, e Sinhorinha, a vítima / José Aldinan

Dona Sinhorinha foi a uma agência do Bradesco e fez um empréstimo consignado de R$ 2 mil. Quando o dinheiro foi liberado, encontrou-se com Tânia e ambas foram ao cartório Mercer, no Nova Rússia, onde fizeram o popular ‘contrato de gaveta’, por meio do qual as partes firmam um acordo.

“Paguei à vista”, disse Aparecida, que nessa manhã de Carnaval sem samba se preparava para mudar. Porém, antes que isso ocorresse, Bruno agiu e fez o sonho da casa própria de Aparecida virar cinzas antes da quarta-feira.

“Agora não tenho pra onde ir, já entreguei a casa que eu morava, a Tânia sumiu e não atende mais o telefone”, contou Sinhorinha. De fato, o número do celular que seria o de Tânia não completou as ligações nesta manhã. Bruno disse que a mesma casa foi cedida pela avó para vários sem-teto morar e a história acabou sempre repetindo o mesmo enredo:

– Nos últimos anos já foi vendida por R$ 1 mil, por R$ 3 mil, e quando fica vazia passa a ser ponto de consumo de crack. Está cheia de lixo e rato. Se ficasse aí ia acontecer tudo de novo. Agora acabou.

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