em

Candidatos à prefeitura de Ponta Grossa opinam sobre UPA Santana

Maioria dos prefeituráveis aponta que Município deve ter dificuldades em adquirir equipamentos e contratar funcionários para funcionamento da unidade

Obras estruturais começaram na metade de 2020 (Arquivo DC)

A UPA Santana, anunciada há alguns meses pela atual administração municipal, no imóvel em que funcionava a antiga Maternidade Santana, na área central de Ponta Grossa, está com pouco mais de 80% de suas obras estruturais concluídas, segundo o Rotary Clube Ponta Grossa Lagoa Dourada, entidade responsável pela gestão da reforma do espaço.

Assim, a expectativa é que a UPA – a segunda que entrará em funcionamento em PG – deve ser entregue ainda neste ano. No entanto, a implantação da unidade tem sido alvo de diversas críticas no Legislativo municipal. Parlamentares apontam que a nova unidade não poderia estar em processo de inauguração por conta do período eleitoral. Eles questionam desde a localização do prédio, a suposta falta de equipamentos e serviços a serem ofertados, e mesmo a insegurança de servidores que devem ser lotados na nova UPA.

Diante da polêmica gerada em torno do assunto, o dcmais e o Diário dos Campos ouviram os candidatos à prefeitura de Ponta Grossa para saber o que pensam sobre o assunto. A atual vice-prefeita e candidata a prefeita, Professora Elizabeth (PSD), reforça que até o final do ano a reforma do imóvel deve ser finalizada e os atendimentos iniciados. Professor Edson (PT) diz que fará o que for necessário para que o espaço funcione, como UPA ou outra configuração. Professor Gadini (PSOL) defende que novos espaços deveriam ser levados a bairros mais populosos e critica que a inauguração de obras públicas “se tornou palanque eleitoral em PG”.

Marcio Pauliki (SD) promete colocar a UPA para funcionar em até cem dias, caso seja eleito. Mabel Canto (PSC) aponta que uma unidade de Pronto Atendimento na área central é necessária, mas defende que o melhor local seria ao lado do Hospital Municipal. A maioria dos candidatos acredita que o Município terá dificuldade financeira para aquisição de equipamentos e contratação de profissionais para a unidade.

DC – Qual o posicionamento do(a) candidato(a) sobre o assunto: Uma nova UPA, no local onde está sendo instalada, é necessária? Na sua opinião, a UPA deve ser inaugurada ainda neste ano? Se não for, o(a) senhor(a) pretende concluir o projeto nos moldes da atual administração? Ou haverá mudanças? Quais serão? Como o(a) senhor(a) pretende equipar e contratar os profissionais necessários?

Professor Edson – “Estamos acompanhando atentamente as questões relacionadas à Saúde em Ponta Grossa e com a chamada ‘UPA’ Santana, não é diferente. As críticas dos vereadores sobre a localização inadequada por falta de estacionamento, promoção política em época de campanha eleitoral, inadequação do prédio para equipamentos necessários a uma Unidade de Pronto Atendimento, principalmente em relação ao ‘raio-x’, e questões trabalhistas sobre remanejamento de servidores devem ser levadas em conta porque são muito graves. Temos absoluta certeza de que a cidade sofre com a falta de equipamentos de saúde e que há necessidade de mais recursos para atendimento à população. Não temos como prática abandonar obras feitas em outros mandatos e com relação à UPA Santana não será diferente. Faremos o que for necessário para que o espaço funcione, seja como UPA ou em outra configuração. O que não se pode fazer é desprezar investimentos já realizados”.

Professor Gadini – “Novos espaços de atenção à saúde são necessários em PG, principalmente nos bairros mais populosos. É preciso repensar um velho equívoco que obriga moradores a se deslocar até o centro em busca de atendimento à saúde pública. A inauguração de obras públicas em PG, infelizmente se tornou palanque eleitoral, há décadas. Se houver garantias plenas e reais condições de funcionamento, sem prejudicar trabalhadores da saúde do Município, deveria ser inaugurada neste ano. Agora, francamente? Quais garantias que a população tem, neste momento? Os atuais gestores devem explicar, antes de avaliar opinião! Os serviços essenciais como saúde, educação, transporte e saneamento básico não podem ser compreendidos como um simples negócio para dar lucro. Vamos rever todos contratos de terceirização, inclusive os que envolvem recursos de verba destinada para combate à pandemia do covid-19. É preciso concurso público para contratar servidores efetivos aos serviços essenciais que a Prefeitura deve assegurar à população”.

Marcio Pauliki – “Nos primeiros cem dias vamos colocar a UPA Santana para funcionar em forma de Pronto Atendimento, até porque hoje há falta de profissionais para fechar escala – os enfermeiros, técnicos de enfermagem, zeladoria. Hoje, se os profissionais forem para o PAC [Pronto Atendimento Central], vai faltar profissionais no Hospital Municipal. A reforma não deve ficar pronta ainda no mês que vem e a nova UPA vai ficar sem raio-x; se for tirar do Hospital Municipal vai fazer falta no HM, sem contar que a sala ainda não está blindada, o que pode causar danos a pacientes e funcionários. Muitos funcionários estão sem vontade de trabalhar porque ainda não é um ambiente preparado para estes profissionais. O receio dos profissionais em virar uma UPA já este ano ou ano que vem é perder o adicional de 25% para os servidores que forem para este PAC, então não podemos deixar transformar em UPA enquanto não tiver os 25% de adicional. Vamos fazer a UPA Santana funcionar da forma correta, mas sem desprestigiar os funcionários que são os que realmente fazem a diferença”.

Mabel Canto – “É preciso avaliar se tem previsão orçamentária e se tem condições de já iniciar o atendimento ainda este ano, com responsabilidade. Na UPA Santana, o que vai ficar pronta é a obra física, mas existe toda uma listagem de equipamentos exigidas pelo Ministério da Saúde. Além disso, precisa equipar, pessoal e verbas de custeio para ter também resolutividade. Consideramos que uma unidade de Pronto Atendimento na área central é realmente necessária. Mas acreditamos que o melhor local é ao lado do Hospital Municipal, onde já funcionou. Ali teríamos mais facilidade de acesso e ainda, caso tenha a necessidade de uma internação, não teria o deslocamento de ambulância. Com uma UPA anexa ao hospital, tiraríamos a sobrecarga de demanda do Hospital Municipal. Assim daria uma nova vocação ao local, com o Hospital ficando de porta aberta para questões que têm condições de atender para poder resolver de fato as principais carências que temos na cidade que são as questões ambulatoriais e eletivas”.

Professora Elizabeth – “A instalação de uma Unidade de Pronto Atendimento na região central visa justamente ampliar o atendimento de urgência e emergência da saúde em área de fácil acesso para moradores de qualquer bairro ou região da cidade. A instalação da UPA Santana, além de permitir reorganizarmos o fluxo de atendimento da saúde, redirecionando e dividindo a demanda da UPA Santa Paula, também representa economia, com a instalação da estrutura em imóvel cedido ao Município, evitando a necessidade de investimentos em uma nova construção. A escolha do local recebeu apoio da Justiça Federal e Ministério Público Federal, que garantiram o repasse de recursos para manutenção do prédio. Os profissionais que atuarão neste local já fazem parte do corpo de trabalhadores da Fundação de Saúde, com a realocação do Pronto Atendimento do Hospital Municipal. O mobiliário já foi adquirido e está em depósito aguardando a conclusão das obras. Até o final do ano a reforma do imóvel deve ser finalizada e os atendimentos iniciados”.

Participe do grupo e receba as principais notícias da sua região na palma da sua mão.

Entre no grupo Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.