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Caminhoneiro se emociona ao chamar filho para protesto

Um apelo emocionado de um caminhoneiro de Ponta Grossa se espalhou rapidamente nas redes sociais, no formato de áudio, na manhã desta sexta-feira (25). No áudio, ele convida o filho, um adolescente de 17 anos, a chamar os colegas de escola para participar da mobilização, destacando que o protesto não é para ter caminhões mais novos, mas sim para dar melhores condições de vida às famílias e tornar melhor a vida no Brasil.

O Diário dos Campos procurou pelo autor do áudio e o encontrou na mobilização realizada na BR-376, no Distrito Industrial de Ponta Grossa. “Nossa mobilização é pela nossa sobrevivência e de nossos filhos, para poder dar um futuro para eles, um plano de saúde. Não sei como foi acontecer essa repercussão a partir de um áudio que enviei para meu filho”, disse o homem de 47 anos que sempre trabalhou como caminhoneiro.

Segundo ele, o filho adolescente criou um grupo em rede social, adicionou amigos e compartilhou o áudio. Em poucas horas, o arquivo enviado por volta das 5 horas estava no celular de muitas pessoas também de fora da região dos Campos Gerais.

“O governo agora está falando que vai por forças armadas para tirar o povo das rodovias. Mas o povo aqui não vai abrir mão [do protesto]. Conversei com o pessoal de Campo Largo e Curitiba e tá tudo mantido”, disse o caminhoneiro, que está acampado junto com a esposa em um dos pontos de manifestação.

Ele lembrou que, conforme acordo interno do movimento e com o governo do estado, os bloqueios nas rodovias do Paraná não estão impedindo a passagem de carga viva, produtos para casas hospitalares, materiais químicos para tratamento de água de uso da Sanepar, nem combustível comprovadamente direcionado para defesa civil, segurança pública e defesa civil.

 

Churrasco

O caminhoneiro também comentou o fato de que, em cada trecho de manifestação, é possível encontrar os manifestantes fazendo churrasco. “Não é festa não. Ninguém está comprando carne com dinheiro do próprio bolso. Isso aqui são doações de empresários e fazendeiros da região. Por mim, um café de manhã, uma marmita no almoço, uma fruta à tarde e uma marmita estava bom”, diz. Ainda assim, um empresário prometeu doar mais 200 quilos de carne esta tarde. “O que sobrar, a gente vai doar tudo”, acrescentou.

* O nome do caminhoneiro foi omitido para preservar a identidade de adolescentes envolvidos no relato.

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