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Cai o número de mortes com a PM em Ponta Grossa

O número de mortes em confrontos com policiais (militares e civis) e guardas municipais no Estado do Paraná teve redução de 6,12% em 2019, em comparação com o ano anterior. Em Ponta Grossa, foram registradas 9 mortes em confrontos com a Polícia Militar em 2019 contra 14 casos registrados no município em 2018.

Os dados foram divulgados nesta semana pelo Ministério Público do Paraná, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que tem entre suas funções o controle externo da atividade policial. Em todo o Paraná, foram 307 mortes em 2019, contra 327 em 2018. É a primeira vez que esse número tem um decréscimo desde que o Gaeco passou a fazer o controle desses registros, em 2015.

Para o tenente-coronel Leonel José Beserra, comandante do 1° Batalhão da Polícia Militar (1° BPM), os dados referentes a Ponta Grossa são bastante positivos e reforçam a redução dos índices de criminalidade. "No ano passado e começo deste ano, nós fizemos muitas operações para o enfrentamento da criminalidade. Tivemos uma boa integração com as forças policiais e, com isso, conseguimos reduzir os índices de roubos, furtos e tráfico de droga. Somente os furtos de celulares, nós reduzimos cerca de 50% na cidade", destacou.

Segundo o comandante, a redução também vai de encontro com todo o Brasil. "Isso não foge muito do que está acontecendo a nível nacional. O confronto acontece quando existe a necessidade do amparo legal para que a ação de resistência do criminoso seja vencida. Claramente, não é isso que queremos. Os nossos policiais recebem toda a preparação com a parte técnica e psicológica para saber como agir em casos assim", disse o tenente-coronel.

Balanço

O levantamento do Gaeco apontou ainda que Ponta Grossa está entre as cidades que mais registraram confrontos em 2019. No município, a cada 100 mil habitantes, três morreram em confronto no ano passado.

Se comparado com as 5 maiores cidades do estado, Londrina; Maringá; Curitiba, Foz do Iguaçu e Ponta Grossa, o município só ficou atrás de Maringá, que registrou 2,33 mortes a cada 100 mil habitantes.

O balanço da cidade de Londrina mostrou que cerca de 5 pessoas morreram em confronto a cada 100 mil habitantes. O número chega a ser maior que Curitiba, com 4,5 mortes a cada 100 mil habitantes. Já Foz do Iguaçu registrou 0,38 mortes a cada mil 100 habitantes.

Entre os casos, 294 envolvem policiais militares, seis ocorreram em confrontos com policiais civis e sete com guardas municipais. As cidades com maior número de casos foram Curitiba (78), Londrina (36), São José dos Pinhais (18) e Cambé (12).

Estratégia nacional

O controle estatístico das mortes em confrontos policiais pelo Gaeco faz parte de estratégia institucional de atuação do MPPR com o objetivo de contribuir para diminuir a letalidade das abordagens conduzidas pela polícia. As iniciativas do Ministério Público são constantemente discutidas com representantes da Secretaria de Estado da Segurança Pública, da Polícia Civil e da Polícia Militar.

Além disso, a exemplo dos demais MPs do Brasil, o Ministério Público do Paraná aderiu ao programa nacional 'O MP no enfrentamento à morte decorrente de intervenção policial', instituído pelo Conselho Nacional do Ministério Público, por meio da Comissão do Sistema Prisional, Controle Externo da Atividade Policial e Segurança. A iniciativa do CNMP tem como objetivo assegurar a correta apuração das mortes de civis em confrontos com policiais e guardas municipais, garantindo que toda ação do Estado que resulte em morte seja investigada.

"Vemos a redução de 2019 como positiva e a primeira desde que começamos a acompanhar os dados desde 2015. De um lado nós temos essa situação, mas de outro vemos que ainda estamos longe do desejo de que não aconteçam os confrontos. Esperamos que a letalidade reduza cada vez mais. A PM também informou no ano passado que tomaria medidas para conseguir essa inflexão em reduzir os índices e realmente tem conseguido", destacou Leonir Batisti, coordenador estadual do Gaeco.

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