A prefeitura de Ponta Grossa confirmou que existem 2.115 famílias em uma fila de espera para receber o benefício do programa Bolsa Família. O número de pessoas nessa fila vem aumentando, desde que o governo federal efetuou o bloqueio de novas liberações, por volta de junho do ano passado.
Isso parece ter causado uma inversão nos números referentes ao programa. Em 2015, por exemplo, o município viu aumentar gradativamente o número de famílias beneficiárias, indo de 9.645 em janeiro para 11.320 em dezembro daquele ano. Já o ano de 2019 iniciou com 10.520 beneficiários, e terminou, em novembro, com as 9.181 famílias atendidas hoje, conforme dados do Ministério da Cidadania (MDS).
Segundo o MDS, essas famílias equivalem, aproximadamente, a 7,73% da população total do município, e inclui 2.773 famílias que, sem o programa, estariam em condição de extrema pobreza. No mês de novembro de 2019 foram transferidos R$ 1.545.350,00 às famílias do programa e o benefício médio repassado foi de R$ 168,32 por família.
A cobertura do programa é de 72% em relação à estimativa de famílias pobres no município. Essa estimativa é calculada com base nos dados mais atuais do Censo Demográfico, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Abaixo da meta
Ao mesmo tempo que o bloqueio de novos benefícios pelo governo federal estaria impedindo que nova famílias sejam atendidas, o MDS aponta que, entre os sete municípios com maior população, apenas dois atingiram a meta de 100% das famílias consideradas pobres (Londrina e São José dos Pinhais).
Segundo o MDS, as estatísticas apontam que Ponta Grossa está abaixo da meta de atendimento do programa. “O foco da gestão municipal deve ser na realização de ações de busca ativa para localizar famílias que estão no perfil do programa e ainda não foram cadastradas”.
Gestões
Em nota, o ministério acrescentou que o Bolsa Família apresentou, também nas gestões anteriores, fila de espera para entrada no programa. Em 2017, se iniciou o processo de zerar a fila, garantido a entrada de famílias em até 45 dias após a inclusão e análise dos dados inseridos no Cadastro Único. Mas não informou até quando deve ocorrer a suspensão de novos benefícios. Nem quando, exatamente, tiveram início as suspensões.