A população idosa é a que mais sofre com os riscos da contaminação pelo coronavírus, mas o número de mortes nas faixas etárias mais baixas apresenta crescimento. Em Ponta Grossa, duas delas chamam a atenção e trazem alerta: a dos pacientes entre 50 e 59 e daqueles entre 30 e 39 anos de idade.
Do início da pandemia, em março, até 31 de dezembro do ano passado, 6 ponta-grossenses na faixa dos 30 anos haviam morrido. Nos primeiros 40 dias de 2021 esse número já foi superado, passando o total para 13 óbitos.
O semelhante aconteceu com a faixa etária de 50 a 59 anos. Em dez meses de pandemia no ano passado, Ponta Grossa havia perdido 23 pacientes. Agora o número está em 37. Ou seja, foram 14 mortes em 40 dias – crescimento de 60,9%.
Até o dia 31 de dezembro, a Fundação Municipal de Saúde (FMS) registrava que os quinquagenários representavam 11,55% do total de óbitos. Hoje representam 12,72%. Já as perdas daqueles que estavam na casa dos 30 anos era 3% e pulou para 4,34% do total.
O movimento dos óbitos de Ponta Grossa entre a população não idosa não está seguindo a proporção dos dados divulgados pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa/PR). Considerando todo o Paraná, até 31 de dezembro de 2020, a faixa dos 50, 40, 30 e 20 anos representavam: 13,4%, 6,2%, 2,8% e 0,9%, respectivamente, do total de mortes.
Pouco mais de um mês depois essas mesmas estatísticas estão em 13,1%, 6%, 2,8% e 0,9%. Ou seja, a proporção do número de mais jovens que perderam a batalha para a covid-19 caiu ou se manteve no território paranaense.
Resposta
Questionada em relação ao crescimento dos óbitos entre pessoas abaixo dos 60 anos, a Fundação Municipal de Saúde (FMS) informou que não concorda com as alegações de aumento. Para tanto o órgão usa como parâmetro a proporção entre pessoas contaminadas na faixa de 0 a 59 anos e o número de mortes causadas pela doença a cada mês.
Nesse aspecto, a FMS afirma que há seis meses a taxa de mortalidade da covid-19 está abaixo de 1% em não idosos. O patamar mais elevado, segundo dados municipais, foi atingido em agosto do ano passado, quando 17 pessoas abaixo dos 60 anos morreram e 1.556 foram infectadas, dando proporção de 1,1%.
Desde então o número não supera 1%. No entanto, a quantidade de contaminados disparou, chegando a 4.554 não idosos com a doença em janeiro, quando 16 pessoas com menos de 60 anos morreram. Foi o segundo mês da pandemia com mais mortes nesta faixa de idade, ficando abaixo somente de agosto.
População idosa ainda é a que mais sofre com o vírus
Por mais que outras faixas etárias estejam sendo atingidas gravemente pela covid-19, os idosos permanecem como população mais vulnerável a sintomas que levam à morte. Em Ponta Grossa, das quase 300 mortes computadas, 225 atingiram pacientes acima dos 60 anos de idade. Isso significa 75,25% das perdas do município.
Só em 2021 (até o dia 5 de fevereiro) a Fundação Municipal de Saúde contabilizou nos boletins divulgados diariamente 92 falecimentos em decorrência da doença causada pelo coronavírus. Desses, 70 foram idosos, o que representa 76,09% dos óbitos registrados em 35 dias.