em

Atrasei no trabalho esperando na fila da UBS

Foto: Felipe Liedmann

Hoje acordei na madrugada, vi as meninas olímpicas fazerem 5 a 0 na China e tirei um cochilo. Pulei às 7h30 com minha esposa me passando nosso filho de 8 meses. Esperei ela descansar, devolvi o nenê e sai mais cedo do que o habitual. Tirei a manhã para atualizar meu cadastro do SUS e usar o aplicativo da vacinação, lançado pela Prefeitura de Ponta Grossa. Já estava irado com o “CNS Inválido”.

Tinha que ser hoje. Amanhã passo a trabalhar em período integral e o tempo ficará ainda mais escasso. Me martelava: “E se convocam a minha idade e não estou cadastrado?”.

Dirijo por cinco minutos, chego na UBS Antônio Russo e me deparo com comunicado na grade do portão: “Cadastro Atualização Cartão SUS. Atenderemos região central conforme endereço residencial apresentado. Por favor, caso resida em outra região buscar sua Unidade de referência”. Sorte. Antes de ir ali, que é minha Unidade de referência, tinha pensado em passar em outras, que talvez estivessem mais vazias. Eram 8h50.

No corredor do lado de fora já há fila, me posiciono e sou informado que era necessário pegar senha. Vou ao balcão, onde há apenas uma atendente, que me entrega a senha 29. Imaginei que seria rápido e volto para a fila.

Ali também há pessoas com senhas para a vacinação da gripe e logo percebo que vai demorar. Vou ao carro, pego a agenda, sento no muro ao lado da fila, ajeito afazeres na agenda e decido começar a trabalhar ali mesmo.

Descubro que a moça que me avisou sobre a senha é servidora da prefeitura e estava ali pelo segundo dia consecutivo. No dia anterior não conseguiu ser atendida antes das 17h. Contou que na véspera a UBS estava atendendo moradores de todos os bairros e não havia senha.

Atrás de mim estavam duas senhoras, a senha 30, e penso: “Mas elas não se encaixam na idade que precisa da atualização [de 18 a 35 anos]”. Descubro que estão ali para fazer o cadastro de uma pessoa mais jovem, que trabalha o dia inteiro. Boa dica: terceiros podem fazer o cadastramento de quem não tem como ir pessoalmente.

Por volta das 9h30 descobrimos que a Unidade só está distribuindo 30 senhas por período. Ufa! A minha é a 29. Quem chegou depois foi orientado a voltar à tarde – as senhas são distribuídas a partir das 13h. Contei pelo menos 20 que passaram por essa situação.

A fila avança aos poucos. Às 10h20 estou na porta e ainda há quatro pessoas à minha frente. Na senha 25 a atendente olha aos que esperam e avisa. “Depois de atender ela vou ao banheiro, ok?”.

Às 10h51 minha senha foi chamada. Passei documento de identificação e o comprovante de residência, esse na tela do celular. A bateria, viciada, estava em 1%. Outro Ufa! Logo me entregaram o papel que fui buscar.

Perguntei se agora meu nome constava no sistema Tasy, da Prefeitura, que é a base de dados para o novo aplicativo. A atendente disse que estava, mas que deveria esperar de uma a duas horas para tentar cadastro no aplicativo.

Saí da UBS às 10h57, fui para casa, peguei pertences e vim para o jornal. Uma hora atrasado, mas com reportagem em mente. Às 11h50 tentei o cadastro no ‘Vacina PG’. Deu certo. Escrevi esse texto e agora aguardo ser chamado.

Participe do grupo e receba as principais notícias da sua região na palma da sua mão.

Entre no grupo Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.