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Atendimento personalizado populariza cooperativismo de crédito

Em Ponta Grossa o total de cooperados dobrou nos últimos seis anos

Francisco Carvalho Gomes é cooperado do Sicredi há cerca de 25 anos (Foto: José Aldinan)

O cooperativismo de crédito vem passando por um “boom” em Ponta Grossa. Nos últimos seis anos o total de pessoas que passaram a utilizar os serviços de cooperativas de crédito em Ponta Grossa como associadas mais do que dobrou. De 17.903 em abril de 2017, o número saltou para 39.177 no mesmo mês deste ano, conforme apontam os dados mais recentes do Banco Central.

O crescimento é constante: enquanto que de 2017 a 2019 o número cresceu 38,4%, de 2020 a 2022 o salto foi de 38,5%.

Mas o que explica essa popularização? Segundo os próprios associados, o atendimento personalizado oferecido pelas instituições. “O Sicredi é um ‘banco’ mais humano. Na cooperativa você não é apenas mais um número, você é um associado, conhecido, que participa das decisões”, aponta Francisco Carvalho Gomes, associado do Sicredi há cerca de 25 anos.

O produtor rural de Ponta Grossa que segue a profissão da família conta que abriu a conta na cooperativa para fugir dos bancos, que define como “comerciais”. “Atualmente tenho contas em outras instituições, mas 100% dos meus financiamentos, por exemplo, são pelo Sicredi”, conta Gomes, que é formado em Direito.

O mesmo motivo é compartilhado pela dentista Marina Izabela Machado Ribeiro. Ela abriu a conta jurídica (PJ) do seu consultório no Sicredi há 6 meses, antes mesmo de inaugurá-lo, mas há dois anos já possuía conta pessoal e do seu outro negócio, uma escola de idiomas, na qual é sócia do marido, Alan Pablo Ribeiro.

“O diferencial que eu vejo na cooperativa é a pessoalidade que eu tenho com o gerente. Preciso falar pouquíssimo com o ‘0800’, que é aquilo que desanima qualquer um. Antes eu tinha conta em um banco, mas transferi justamente pela burocracia e falta de facilidade”, destaca ela.

Marina Izabela Machado Ribeiro e o marido, Alan Pablo Ribeiro, concentram as suas contas pessoais e jurídicas no Sicredi (Foto: Arquivo pessoal)

Estratégia do cooperativismo de crédito

As justificativas dos associados não são coincidência, mas sim uma estratégia do Sicredi. “O serviço bancário é algo que todos precisam e utilizam. As instituições oferecem os mesmos produtos e tecnologia, então decidimos colocar o atendimento como o nosso diferencial”, ressalta o diretor executivo da Sicredi Campos Gerais PR/SP, Marcio Zwierewicz.

“Enquanto que um banco tradicional disponibiliza 1 pessoa para cada 900 clientes, nós temos 1 a cada 140 associados. Estamos investindo na abertura de novas agẽncias justamente por isso; em PG inauguramos uma no ano passado, no Jardim Carvalho, e outra este ano, no Centro, e teremos mais duas até o fim do ano, no Sabará e Santa Paula”, lembra ele.

O diretor também destaca a participação ativa do associado dentro da cooperativa. “Abrindo uma conta com R$ 5 a pessoa já se torna associada e participa dos resultados da cooperativa”, complementa.

O diretor executivo da Sicredi Campos Gerais PR/SP, Marcio Zwierewicz, categoriza o investimento em atendimento como estratégia da cooperativa (Foto: Arquivo DC)

Impactos sociais

A distribuição de resultados é um dos benefícios do cooperativismo de crédito. No Sicredi, por exemplo, foram R$ 52 milhões de resultado em 2019, R$ 63 milhões em 2020 e R$ 86 milhões no ano passado, que tiveram parte repassada aos cooperados. 

“A distribuição de resultado da Sicredi é um importante momento do ciclo anual da associação. Neste ano, são R$ 17 milhões voltando para os nossos associados, seja por juros ao capital aqui aportado, ou pela participação dos resultados, demonstrando a vantagem de centralizar as operações financeiras no Sicredi. Quanto mais você usa, mais você recebe”, destaca o presidente da Sicredi Campos Gerais PR/SP, Popke Ferdinand Van Der Vinne.

Além disso, a cooperativa também investe em ações sociais, impactando não apenas os seus associados, mas a comunidade como um todo. Alguns exemplos são os programas voltados à educação, como o A União Faz a Vida, os socioambientais, como o Atitude Consciente, as oficinas de educação financeira, materiais com a Turma da Mônica, o Dia de Cooperar, os comitês de desenvolvimento de jovens e mulheres, o Fundo Social, além da criação dos Comitês de Inclusão e Diversidade e o de Sustentabilidade. 

Perfil

Levantamento feito pela reportagem do jornal Diário dos Campos e portal dcmais com base em dados do Banco Central aponta que dos 39.177 associados à cooperativas de crédito existentes atualmente em Ponta Grossa, 77% são pessoas físicas (PF) e 23% pessoas jurídicas (PJ). Há seis anos, quando a cidade tinha a metade do total de cooperados que tem hoje, a proporção era de 81,5% PFs e 18,5% PJs.

A maior parte dos cooperativismo de crédito continua sendo de homens, mas a diferença vem diminuindo ao passar do tempo: enquanto que há 6 anos o público masculino representava 69,4% do total de associados a cooperativas de crédito em Ponta Grossa, hoje essa porcentagem caiu para 57,6%.

Em relação à idade, quase metade (49,4%) são pessoas com idade entre 30 a 50 anos. A faixa dos 18 aos 30 anos representa 23% do total, a de 50 a 70 anos 22,1%, a acima de 70 anos, 4,4% e a menor de 18 anos, 1,1%.

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