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Artesão supera vício com obras em nó de pinho

Após passar pelo mundo das drogas, o artista Israel Kuhn torna-se exemplo de superação, expondo e comercializando suas obras durante a Expo&Flor, evento que segue até este domingo (9) no Parque Ambiental de Ponta Grossa. O artesão conta como conseguiu vencer a dependência química quando começou um trabalho artístico com o nó de pinho – segmento do galho da araucária que fica embutido no tronco.

A mudança de vida de Israel começou quando ele passou por uma clínica de reabilitação e conheceu o nó de pinho. “Na chácara onde eu estava me recuperando, tinham alguns nós de pinho perto do rio. Eu achei interessante o material, comecei a explorá-lo e a enviar os meus trabalhos para casa”, conta.

Quando Israel saiu da clínica, decidiu não voltar para a construção civil, onde trabalhava anteriormente, por entender que o ambiente poderia ser um fator de risco. “Ao final da obra, o pessoal se reúne para comemorar, geralmente com um churrasco. Mas, eu percebi que voltar a beber poderia ser um gatilho para recomeçar o vício”, explica. O artesão conta que pediu para Deus uma orientação de qual ofício exercer.

Enquanto ficava em casa, Israel continuou com o artesanato e um dia resolver expor o trabalho na frente do domicílio, pendurando o nó de pinho em uma grade de jardim vertical. “Eu fiz para mim, sem a intenção de comercializá-lo, mas o meu cunhado achou interessante e pediu para anunciar o artesanato em um grupo de venda. Em pouco tempo já tinham pessoas querendo comprar a peça”, diz.

Após este episódio, Israel decidiu oferecer o produto nas floriculturas, lojas de jardinagem e agropecuárias da cidade. “Na primeira encomenda, solicitaram a quantia exata que eu havia produzido. Eu entendi o fato como um sinal divino para continuar com o trabalho”, relembra.

 

Ecologia

O nó de pinho é método alternativo e ecologicamente correto para o plantio de orquídeas sem o uso de xaxim – que devido a exploração excessiva, está ameaçado de extinção. Os nós comercializados por Israel servem para compor outros acessórios de artesanato, como suporte de vasos para plantas e também para o cultivo de orquídeas. Além do nó, o artesão cria outras peças a partir do reaproveitamento de materiais. “Eu garimpo muitos locais onde há o descarte de madeiras. Nas construções, por exemplo, muitos pallets são jogados fora. Eu faço a reforma e o utilizo como matéria-prima para os jardins verticais”, conta.

 

Aperfeiçoamento

O artesão afirma aprender diariamente com a profissão e busca se aperfeiçoar de maneira constante. “Os meus clientes trazem muitas informações sobre o nó de pinho e eu sempre procuro adquirir mais conhecimento. A partir desse aprendizado surge a inspiração para criar novas peças. Eu gosto de trabalhar de forma ecologicamente correta e o meu maior objetivo é mostrar que existe o nó de pinheiro, já que muitas pessoas não o conhecem”, finaliza.

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