Uma parede opaca pode ser mais uma tela para as pinturas de Carlos Leandro de Freitas. Mais conhecido como Leboard, são dele algumas obras espalhadas pelo Centro e nos bairros de Ponta Grossa, e que acabam criando grandes murais de arte. As pinturas alteram o aspecto visual de imóveis abandonados, e fazem com que a cidade reduza as fachadas sem cor que costumam atrair a atenção de pichadores.
O próprio Leboard já foi um deles, mas hoje se dedica ao grafite. Com autorização dos proprietários, os muros das ruas enfeitam o cenário, mas também são uma forma de divulgar seu trabalho, seu ganha pão há 19 anos. Ultimamente, suas obras, assim como de outros grafiteiros na cidade, já não são marginalizadas como eram no início. “O pessoal tem dado valor, já não confunde a gente com vândalo. Vêm nosso trabalho e contratam para fazer uma obra, com uma sugestão de desenho, ou com a liberdade para criar algo”, diz Leboard.
A empresária Silvia Ribas de Lima deve inaugurar, nos próximos dias, uma loja de roupas femininas voltadas ao público teen, no bairro Oficinas, e optou por incluir obras de Leboard nas paredes do estabelecimento. “Queríamos algo diferente, mais moderno, que servisse a título de decoração mesmo”, comenta. Um grande painel dentro da loja, um banheiro todo grafitado e uma obra na parede externa são formas de destacar o grafite e se aproximar do público jovem, desde cedo apreciador do estilo de arte urbana.
Vandalismo
Assim como a pichação, outras formas de vandalismo são preocupação constante em Ponta Grossa. A Maria Fumaça do Parque Ambiental acabou de ser restaurada, e já houve quem danificasse o alambrado instalado no entorno da locomotiva. A prefeitura colocou cerca de 60 placas com informações em imóveis tombados, em 2018, mas a maior parte delas já foi danificada, antes mesmo de o projeto receber a devida divulgação.