No ano passado a delegacia regional da Receita Federal de Ponta Grossa, que abrange 62 municípios da região, quase dobrou a arrecadação de imposto de renda de pessoa física (IRPF): foram pagos R$ 431,2 milhões, valor 91% maior nominalmente (sem o desconto da inflação) que o do ano anterior. Esta variação é nove vezes maior que a inflação do ano, fechada em 10,06% (IPCA).
Em relação ao imposto de renda de pessoas jurídicas (IRPJ), que incide sobre o faturamento de empresas, a alta foi menor, mas ainda assim bastante expressiva: +50,2% nominais, totalizando R$ 933,9 milhões. Juntando estes valores com o tributo retido na fonte, a região somou R$ 1,73 bilhão em imposto de renda total, meio bilhão a mais do que em 2020, quando o montante foi 50% menor.
Arrecadação total
No total, a arrecadação da delegacia regional da Receita Federal alcançou a marca recorde de R$ 6,44 bilhões no ano apssado, valor 24% superior nominalmente ao obtido em 2020 e 36% maior nominalmente que o apurado em 2019, ano pré-pandêmico.
Ainda em termos nominais, de 2020 para 2021 a arrecadação fazendária, que se refere à soma de todos os impostos federais pagos e por isso está vinculada ao desempenho da economia, cresceu 27,4% e chegou a R$ 3,58 bilhões (55,6% do total), enquanto que as contribuições previdenciárias, que refletem a massa salarial da região por incidir sobre os ganhos e custeiam os benefícios previdenciários, aumentaram 20,3% e totalizaram R$ 2,86 bilhões (44,4% do total).
Produção industrial
O resultado do IPI, imposto que incide sobre a saída de produto de estabelecimento industrial, comprova a recuperação econômica da indústria e a força do setor produtivo na região. Excluindo a quantia extraordinária paga em novembro de 2020 (R$ 280 milhões), referente a tributos atrasados de meses e anos anteriores, em 2021 o IPI arrecadou 38% a mais do que no ano precedente, totalizando R$ 348 milhões.
Outros impostos
Em relação aos outros impostos, nenhum chegou a uma alta semelhante à do IRPF na região de Ponta Grossa, mas todos registraram acréscimos.
A Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), que incide sobre o lucro líquido das empresas e acompanha a forma de tributação adotada para o IRPJ, cresceu 50% e totalizou R$ 456,22 milhões.
A Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), que é destinada exclusivamente às despesas com atividades-fins das áreas de saúde, previdência e assistência social, subiu 18,5% nominais e alcançou a marca de R$ 674,77 milhões.
Já o Programa de Integração Social (PIS), que visa financiar o seguro-desemprego e o abono anual e incide sobre rendas e receitas, aumentou 27,7% e totalizou R$ 204,36 milhões.
Brasil bate recorde proporcional dos últimos 26 anos em arrecadação de impostos federais
Desde 1995 o Brasil não arrecadava tantos impostos federais como em 2021. O resultado foi divulgado pelo Ministério da Economia, que fez o cálculo em valores reais. Foi alcançada a marca de R$ 1,878 trilhão, alta de 17,36% em relação ao resultado de 2020 já corrigida pela inflação.
Entre os fatores que influenciaram o recorde estão o crescimento econômico de 2021 frente a 2020, ano fortemente afetado pela pandemia, o aumento da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), em vigor desde outubro, o recolhimento extraordinário de R$ 40 bilhões em IRPJ e CSLL em decorrência de empresas que tiveram lucros maiores que o previsto no ano passado e tiveram de pagar impostos extras nas declarações de ajuste, além da diminuição dos adiamentos de pagamentos de tributos que vigoraram em 2020.
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