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Ao vivo: Secretário explica projeto de mudança do IPTU em PG

Nesta semana um projeto de lei proposto pela Prefeitura gerou polêmica por querer provocar uma mudança na cobrança de IPTU em Ponta Grossa. Saiba o que pode mudar na entrevista ao vivo com o secretário municipal da Fazenda, Claudio Grokoviski.

Projeto de mudança do IPTU em Ponta Grossa

A Prefeitura Municipal enviou nesta segunda-feira (6) um projeto de lei (PL) para a aprovação da Câmara dos Vereadores que prevê alterações na cobrança do IPTU em Ponta Grossa, a partir principalmente da correção da Planta Genérica de Valores; ou seja, o valor do imóvel considerado para o cálculo da alíquota do imposto.

A proposta gerou polêmica e um grande debate nas redes sociais, mas também deixou algumas dúvidas acerca do que pode mudar caso o projeto seja aprovado pelos vereadores – afinal, a alteração só será aplicada no próximo ano caso seja aprovada até 31 de dezembro de 2021; caso contrário, não entra em vigor pelo menos antes de 2023.

Para explicar quais são as proposições da administração municipal, o secretário da Fazenda, Cláudio Grokoviski, reuniu a imprensa na manhã desta terça-feira (7) para apresentar o PL e tirar dúvidas sobre ele. A seguir, saiba mais sobre o que pode mudar na cobrança de IPTU de Ponta Grossa.

Atualização de valores

O PL prevê uma atualização do valor venal apenas dos terrenos, desconsiderando as edificações. Segundo Grokoviski, esse processo não é feito desde 1998. “De lá pra cá, somente a inflação foi aplicada em cima do terreno e da edificação”, explicou.

Em 2016 a Prefeitura fez um estudo de georreferenciamento para atualizar estes valores que são usados como base para o cálculo do imposto, mas passou a cobrar a diferença apenas de edificações que tiveram ampliações e não informaram o município. Agora, a ideia é, nas palavras do secretário da Fazenda, utilizar aquele estudo para atualizar os valores dos terrenos, para que eles fiquem mais próximos do que valem atualmente (considerando a avaliação de 2016).

“O estudo viu por quanto estavam sendo vendidos terrenos para avaliar quanto eles estariam valendo atualmente, aproximando o valor venal considerado no IPTU do valor de mercado dos imóveis”, disse o secretário.

Porém, como há casos em que a diferença de valores chegaria a 10.000%, inicialmente seria cobrada a metade do valor obtido no estudo, que considerou a avaliação de imóveis por rua. 

Exemplo: em pesquisa na avenida Monteiro Lobato, principal via do Jardim Carvalho, foram encontrados imóveis com valor venal mínimo de R$ 10,77 por m² e máximo de R$ 192,34 por m². O estudo propôs que, com a valorização desde 1998, o valor do m² passasse a custar 223,68 – mas, como a Prefeitura optou por aplicar apenas 50% deste valor, caso aprovado a partir do ano que vem esta rua teria o m² avaliado em R$ 111,84 para o cálculo do IPTU.

“Se você pegar o talão do seu IPTU e ver que o valor venal do seu imóvel está avaliado em R$ 100 mil, mas sabe que ele vale pelo menos R$ 200 mil, é bem possível que tenha uma alteração de cobrança com essa atualização”, explicou Grokoviski, destacando que a atualização, neste momento, seria apenas relacionada ao terreno, desconsiderando as características da edificação.

Como é calculado o IPTU em Ponta Grossa

Atualmente diversas características são utilizadas para o cálculo do IPTU em Ponta Grossa. As alíquotas, de 0,8% para residências, 1,5% para estabelecimentos comerciais, 2% para terrenos baldios e 4% para indústrias, são calculadas em cima do valor venal do imóvel. Este, por sua vez, é formado pela soma do valor da edificação + o valor do terreno.

Já este valor do terreno leva em conta cinco variáveis, como topografia, quantidade de frentes, e o chamado fator de valorização segundo a localização – e é este ponto que pode ser alterado, de acordo com o projeto de lei.

Atualização a cada dois anos

O projeto de lei também prevê que esta atualização do valor venal dos terrenos seja feita a cada dois anos a partir de 2024, “pela variação de preço de mercado”. Porém, também afirma que os valores propostos agora tenham uma correção anual a partir da média do IPCA (a inflação oficial brasileira, que já é utilizada para o reajuste anual) e do IGP-M (a chamada inflação do aluguel, que bateu recordes na pandemia e atualmente está em 17,89% em 12 meses). 

Acesse o projeto de lei na íntegra neste link.

Arrecadação pode crescer 77,6%

Caso o projeto seja aprovado a tempo de ser colocado em prática em 2022, a arrecadação do IPTU pode crescer 77,65 em Ponta Grossa: neste ano a cidade lançou R$ 91.775.172,11 na cobrança do imposto, e esse valor passaria a ser de R$ 163.037.493,25. Segundo a prefeitura, deste incremento R$ 30 milhões seriam direcionados à saúde e educação e R$ 41 iriam para outras áreas, já que seriam recurso livre.

A título comparativo, enquanto Ponta Grossa arrecadou no ano passado R$ 72,33 milhões com 163 mil cadastros (média de R$ 443,75/cadastro), em Londrina foram R$ 336,6 milhões com 260 mil cadastros (média de R$ 1.294,62/cadastro), Maringá R$ 183,46 milhões com 174,1 mil cadastros (média de R$ 1.053,77/cadastro) e Cascavel R$ 68,03 milhões com 160 mil cadastros (média de R$ 425,20/cadastro).

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