A Autarquia Municipal de Trânsito e Transporte (AMTT) de Ponta Grossa deixou de arrecadar R$ 288 mil com a suspensão do sistema do Estar Digital no dia 21 de dezembro. O cálculo considerou desde o dia da suspensão até esta terça-feira (12), somando 18 dias sem arrecadação – foram excluídos os domingos e os feriados de Natal e Ano Novo, quando não haveria cobrança do sistema.
De acordo com os dados divulgados pela assessoria de imprensa da prefeitura, a AMTT arrecadava R$ 16 mil por dia, entre multas por motorista não regulamentar a vaga usada e a compra de créditos por meio do sistema do Estar Digital.
A cidade conta com 4,5 mil vagas de estacionamento rotativo e a maioria fica localizada na região Central, além dos bairros da Nova Rússia e Oficinas.
O dinheiro arrecadado com o sistema é usado para pagamento do salários dos funcionários da Autarquia e investido em melhorias na sinalização do município. Questionada se a falta de arrecadação vai interferir nos serviços da AMTT ou no pagamento dos salários, a assessoria de imprensa respondeu que a Autarquia vai usar recursos de outras fontes de arrecadação para suprir esses gastos.
Suspensão
A suspensão dos serviços do Estar Digital é por tempo indeterminado e neles estão incluídos a validação de vagas e a emissão e regularização de notificações. Para o sistema do Estar voltar a ser usado, a Procuradoria Geral do Município está realizando uma análise dos contratos e de que forma o serviço poderá ser feito. Além disso, de acordo com a assessoria de imprensa da prefeitura, o presidente da AMTT, Celso Cieslak, se reunirá com os coordenadores para estudo e elaboração de um plano de ação quanto às atividades dos funcionários que trabalham com o Estar.
Suspensão do Estar decorre da Operação Saturno
O sistema do Estar foi suspenso seis dias após o Gaeco deflagrada a Operação Saturno, em Ponta Grossa e Curitiba, no dia 15 de dezembro, e prender dois vereadores, o ex-presidente da AMTT, um empresário ponta-groessense e diretores da Cidatec, que fazia a gestão do sistema do Estar Digital.
Segundo o Ministério Público do Paraná, eles investigam a prática de corrupção ativa e passiva, fraude a licitação e tráfico de influência, envolvendo o sistema do Estar e a CPI na Câmara de Vereadores que analisou supostas irregularidades contra a empresa.
Dos sete presos na Operação, o vereador Walter José de Souza, Valtão, do PRTB, e os empresários João Barbiero, Antonio Carlos Domingues de Sá, Alberto Abujamra Neto e Celso Ricardo Madrid Finck viraram réus, após denúncia do Ministério Público. No caso dos empresários, os quatro foram denunciados por corrupção ativa e o vereador Valtão por corrupção passiva.
O ex-presidente da AMTT, Roberto Pelissari, e o ex-vereador, Ricardo Zampieri, que foram presos no dia da primeira fase da Operação Saturno, não foram denunciados pelo Ministério Público.
por Melissa Eichelbaun