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Alta nos preços dos materiais escolares pode chegar a 30%

Estimativa é da própria Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares (ABFIAE)

Foto de compra de materiais escolares
A agricultora Ana Lucia de Faria Carlos sentiu bastante a diferença de preços dos materiais escolares do ano passado para este (Foto: José Aldinan)

Com o retorno das aulas presenciais marcado para a próxima semana em Ponta Grossa, muitos pais e responsáveis têm se assustado com os preços de itens obrigatórios das listas de materiais escolares das crianças e adolescentes. E não é pra menos: a Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares (ABFIAE) estima que neste ano os materiais escolares estão até 30% mais caros.

A agricultora Ana Lucia de Faria Carlos, de Ponta Grossa, já sentiu isso na pele. Ela, que está em busca de materiais escolares para as filhas de 12 e 9 anos e para o neto de 5 anos, decidiu apostar na pesquisa de preços antes de “bater o martelo”. “Está tudo bem mais caro do que no ano passado, mas não tem como escapar e tem que comprar. Já passei por um mercado e por duas lojas e quero ir em mais umas três”, disse ela à reportagem do DC.

“Veio muita miudeza na lista; minha cunhada comprou do neto dela e gastou R$ 300 e pouco. Mas e quem ganha salário mínimo? Tem que tirar de algum lugar e pesquisar pra achar um bom preço”, complementou a agricultora ponta-grossense.

Motivos

Entre os motivos para o encarecimento de preços estão a inflação, que fechou 2021 em 10,06%, e a alta do dólar – isso porque como o Brasil depende de várias matérias-primas vindas do exterior, quando o dólar sobe os insumos ficam mais caros, o que aumenta os custos das indústrias e importadores e faz com que cresça também o preço final para o consumidor, conforme destaca a ABFIAE.

A associação também lembra que outro fator que vem pesando nos itens que dependem de comércio internacional é a elevação dos preços de fretes internacionais, decorrente da falta de containers. Em 2021, com a retomada dos negócios entre os países a retração ocasionada pela pandemia, ocorreu no Brasil uma demanda maior do que a capacidade de transportar os produtos.

Uma pesquisa recente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta que o preço do contêiner chegou a quintuplicar durante a pandemia. Mais de 70% dos entrevistados relataram que sofreram com a falta de contêineres ou de navios e mais da metade foi obrigada a cancelar ou suspender as atividades. A pesquisa também apontou que 96% das empresas perceberam um aumento no valor do frete de importação e 76% no das exportações.

Pesquisa de preços de materiais escolares

Os preços variam muito conforme os diferentes modelos de cada material escolar, mas também de um estabelecimento para outro. A reportagem do DC fez uma pesquisa em quatro estabelecimentos de Ponta Grossa, entre papelarias, livrarias e lojas de utilidades, pedindo o orçamento das opções mais baratas de dez itens comuns em listas de materiais escolares. A seguir, confira os preços máximo e mínimos encontrados:

ItemPreço mínimoPreço máximo
Caneta esferográfica azulR$ 1,35R$ 2,60
Lápis de escreverR$ 1,10R$ 4,50
Caderno espiral 96 folhas capa duraR$ 5,90R$ 8,90
Régua de 30 cmR$ 1,75R$ 5,99
BorrachaR$ 0,902 por R$ 2,50 
Lápis de cor – 12 unid – Faber CastellR$ 12,95R$ 14,90
Marcador de textoR$ 3,95R$ 7,95
100 folhas de sulfite A4R$ 4,50R$ 7,50
ApontadorR$ 1,50R$ 6,99
Pasta com elásticoR$ 3,90R$ 5,50

Gastos com compras on-line já cresceram em 20% nesta temporada

Com o retorno às aulas presenciais do ensino básico no Brasil, houve um aumento de 20% nos gastos de pais e responsáveis na compra on-line de materiais didáticos e escolares desde novembro. Isto é o que indica o levantamento inédito da Layers Education, startup que unifica aplicativos de gestão escolar e disponibiliza um e-commerce em sua plataforma. Em 2021, o valor transacionado foi de R$ 33,4 milhões, e para 2022 a expectativa é que o montante chegue a R$ 75 milhões até o fim de fevereiro.

No e-commerce da Layers, o tíquete médio de gastos passou de R$ 979,82 em 2020 para R$ 1.219,27 em 2021, e para o CEO da empresa são três os principais motivos para esta alta: a alta no preço dos produtos, a destinação de economias que não foram para atividades de lazer devido à pandemia e a tendência de crescimento do e-commerce, que iniciou na pandemia. 

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