Sem voos comerciais desde o início do ano passado devido às medidas restritivas e queda de circulação causadas pela pandemia, o aeroporto de Ponta Grossa segue sem previsão concreta de quando a aviação comercial deve voltar a ser operada.
Contatada pela reportagem do DC, a VoePass Linhas Aéreas, que disponibilizava rotas para Foz do Iguaçu e São Paulo, informou que “estuda diversas rotas para expansão das operações. No entanto, até o momento, não existe a previsão de retorno do voos em Ponta Grossa”.
A Azul Linhas Aéreas, que fazia a rota para Campinas/SP e em junho disse que planejava voltar com as suas operações entre setembro e outubro deste ano, agora afirmou que ainda não tem previsão de retorno na cidade. “Aguardamos adequações do aeroporto para receber voos em condições de IFR/IMC”, complementou, em nota.
Segundo o superintendente do aeroporto Sant’ana, Victor Hugo de Oliveira, as adequações citadas fazem parte da ampliação da área de segurança, que deve ser finalizada na próxima semana (saiba mais abaixo), e a expectativa é de que a Azul retorne antes da VoePass, em um prazo de até 60 dias.
Impostos
De acordo com conversas de bastidores, as empresas têm negociado com o Estado a isenção do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que incide sobre os combustíveis da aviação e estariam esperando este desconto para voltar a operar regionalmente – no caso da Azul, por exemplo, além de Ponta Grossa, Toledo, Guarapuava e Pato Branco também estão aguardando o retorno da operação.
Desde 2015 o Paraná tinha uma alíquota de 18% no combustível para aviação e viu o número de voos dentro do estado diminuir 60%. Em 2019 o governo decretou uma redução para 7%, contanto que as companhias aumentassem a oferta dos voos regionais – e deu certo: no mesmo ano foi lançado o programa ‘Voe Paraná’, que de início criou rotas entre Curitiba e nove cidades paranaenses.
Aeroporto de Ponta Grossa recebe melhorias
Enquanto os voos comerciais não retornam e o aeroporto de Ponta Grossa vem recebendo apenas voos executivos e do aeroclube, uma série de melhorias têm sido feitas e planejadas para o espaço.
Uma delas é a ampliação da área de segurança, que está dobrando a faixa paralela à pista de 70 para 140 metros. Como este tamanho ultrapassa o acesso que vinha sendo utilizado pela rodovia, um novo acesso também está sendo executado. Além disso, um muro de 3 metros de altura está sendo construído entre a pista de pouso e a área de entrada e saída de veículos, substituindo o antigo alambrado por blocos de concreto. Segundo Victor Hugo de Oliveira, estas obras devem ser finalizadas na próxima semana.
Outra novidade é a compra de câmeras que aferem a temperatura dos passageiros, como forma de combate à covid-19. A licitação será aberta na próxima quinta-feira (9) e, se o processo seguir sem recursos, os dispositivos devem ser disponibilizados ainda este mês, de acordo com o superintendente.
Conforme detalhado no edital, as duas câmeras deverão contar com com pedestal de sinalização luminosa e fazer reconhecimento facial, medição de temperatura e detecção do uso de máscara. Uma ficará no saguão (acesso da rua ao interior do Terminal de Passageiros) e outra no desembarque (acesso do pátio de aeronaves para o saguão do Terminal de Passageiros).
R$ 32,1 milhões
Sobre o pacote de obras de R$ 32,1 milhões, Victor Hugo informou que o contrato com a empresa ganhadora da licitação (Porto Beton) já foi assinado e agora a Prefeitura aguarda as últimas aprovações da Secretaria de Aviação Civil (SAC) para assinar a ordem de serviço – o que deve ser feito ainda neste mês. A partir de então, a empresa deve elaborar o projeto final e dentro de 50 dias deve iniciar as obras, segundo a expectativa.
O projeto contempla a construção de nova taxiway (espaço para deslocamento em solo e/ou manobra de aeronaves), reforma e ampliação do pátio de aeronaves, novo estacionamento de veículos e um terminal de passageiros com mais de 2 mil metros quadrados, que passará a ser utilizado para a aviação comercial, enquanto que a executiva ficará no atual.
Segundo o superintendente do aeroporto de Ponta Grossa as obras não vão impedir o pouso e a decolagem das aeronaves, já que a ideia é executar os serviços que poderiam interferir na operação durante a madrugada.