Menu
em

A cada dois dias e meio, cidade tem um homicídio

Foto do delegado Fernando Maurício Jasinski

Delegado Fernando Maurício Jasinski / Foto: Arquivo DC

Os quatro homicídios com características de execução registrados entre o dia 31 de outubro e ontem (9) não têm ligação direta com os três homens que estão foragidos da polícia e que seriam responsáveis por 24 mortes em Ponta Grossa, 21 delas ocorridas neste ano. A afirmação é do delegado Fernando Jasinski, responsável pelo Setor de Homicídios da 13ª Subdivisão Policial (SDP). As quatro últimas supostas execuções ocorreram em apenas dez dias.

“Os homicídios registrados após a divulgação da identificação dos três indivíduos não têm, à princípio, vinculação com esses suspeitos. Trata-se de outros autores, que fazem parte de outra organização criminosa responsável pela prática desses homicídios. Mas, assim como todas as execuções, os últimos crimes também estão relacionados ao tráfico de drogas”, afirmou Jasinski.

No final de outubro, a direção da 13ª SDP divulgou um infográfico com os nomes e as fotos das vítimas da série de execuções ocorridas a partir de dezembro de 2020. A linha do tempo também  traz imagens e nomes dos três principais suspeitos dos 24 homicídios. Os casos apresentam semelhanças na mecânica dos fatos e, segundo as investigações, o pano de fundo é uma disputa entre organizações criminosas que atuam no tráfico e disputam áreas de venda de drogas. 

Os três foragidos que tiveram os nomes revelados pela Polícia Civil são Eduardo Ferreira, José Raylan de Lima e Erick Henrique da Silva Rocha. Os três seriam os responsáveis por 38% do total dos homicídios ocorridos durante este ano em Ponta Grossa. “Esses três não são os únicos responsáveis por todas as mortes (ocorridas na cidade). Existem mais envolvidos, inclusive, três suspeitos de praticar execuções também foram mortos neste ano”, lembrou o delegado.

Outro suspeito de envolvimento nos crimes por disputas no mercado das drogas, de acordo com Jasinski, é um adolescente (menor de 18 anos) que foi apreendido recentemente em Santa Catarina. “Esse mandado de internamento foi solicitado à Justiça em decorrência de um roubo praticado por ele. Esse jovem, que também integrava essa organização criminosa, agora está no Centro de Socioeducação Regional de Ponta Grossa (Cense)”, afirmou.

Últimas execuções

Três dos quatro últimos homicídios ocorridos em Ponta Grossa têm características de execução.  Um deles possivelmente tenha ocorrido no dia 31 de outubro, um domingo. A vítima foi o pedreiro Vilson Roberto Delay, de 42 anos. O corpo foi encontrado no dia 3 de novembro, boiando no Rio Tibagi, com as mãos e os pés amarrados. O carro dele, um Renault/Logan, foi encontrado na manhã do dia 1º, dentro do rio. Às margens, a polícia encontrou duas cápsulas de munição e uma mancha de sangue.

No mesmo dia 1º de novembro, o motoboy Isaias Desiderio dos Santos, 22 anos, foi morto a tiros nas proximidades do Shopping Palladium, ao ser surpreendido por dois indivíduos. Sobre esse crime, ainda existem poucas informaçoẽs.

Na semana seguinte, outras duas mortes ocorreram na cidade. O servente Rodrigo César Santos, de 35 anos, foi morto a tiros após uma discussão na frente da sua casa, no Jardim Cachoeira. Além de disparos de arma de fogo, o homem teria sido ferido com um facão. O caso ocorreu no sábado (6). Ele chegou a ser levado ao hospital, mas morreu no domingo (7).

No mesmo final de semana, o auxiliar de serviços gerais Luan Aparecido da Silva, de 25 anos, foi executado próximo de sua casa, na Vila Cipa. Os tiros atingiram o seu braço e pescoço. Ele morreu no local. Familiares informaram que ele era usuário de drogas.

“Nós estamos trabalhando para identificar os autores desses últimos homicídios. Alguns casos demandam mais tempo, à exemplo do caso do rapaz morto próximo ao Palladium, onde não haviam testemunhas. Sobre os desdobramentos de eventual disputa entre organizações criminosas, estamos aprofundando as investigações”, afirmou o delegado Fernando Jasinski.

Participe do grupo e receba as principais notícias da sua região na palma da sua mão.

Entre no grupo Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.
Sair da versão mobile